sábado, 28 de agosto de 2010

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano C)



Leitura do Livro do Ben-Sirá
(Sir 3,19-21.30-31)
Filho, em todas as tuas obras procede com humildade e serás mais estimado do que o homem generoso. Quanto mais importante fores, mais deves humilhar-te e encontrarás graça diante do Senhor. Porque é grande o poder do Senhor e os humildes cantam a sua glória. A desgraça do soberbo não tem cura, porque a árvore da maldade criou nele raízes. O coração do sábio compreende as máximas do sábio e o ouvido atento alegra-se com a sabedoria.


SALMO REPONSORIAL – Salmo 67 (68)
Refrão: Na vossa bondade, Senhor, preparastes uma casa para o pobre.

Os justos alegram-se na presença de Deus,
exultam e transbordam de alegria.
Cantai a Deus, entoai um cântico ao seu nome;
o seu nome é Senhor: exultai na sua presença.

Pai dos órfãos e defensor das viúvas,
é Deus na sua morada santa.
Aos abandonados Deus prepara uma casa,
conduz os cativos à liberdade.

Derramastes, ó Deus, uma chuva de bênçãos,
restaurastes a vossa herança enfraquecida.
A vossa grei estabeleceu-se numa terra
que a vossa bondade, ó Deus, preparara ao oprimido.


Leitura da Epístola aos Hebreus
(Heb 12,18-19.22-24a)
Irmãos: Vós não vos aproximastes de uma realidade sensível, como os israelitas no monte Sinai: o fogo ardente, a nuvem escura, as trevas densas ou a tempestade, o som da trombeta e aquela voz tão retumbante que os ouvintes suplicaram que não lhes falasse mais. Vós aproximastes-vos do monte Sião, da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, de muitos milhares de Anjos em reunião festiva, de uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu, de Deus, juiz do universo, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição e de Jesus, mediador da nova aliança.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 14,1.7-14)
Naquele tempo, Jesus entrou, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante que tu; então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». Jesus disse ainda a quem O tinha convidado: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.


BOAS MANEIRAS
Apesar da mensagem ser muito mais profunda (e bonita!), numa primeira leitura desta página do Evangelho, parece que Jesus está quase a dar uma simples lição de etiqueta e boas maneiras. Uma leitura mais atenta, revela imediatamente que o Seu verdadeiro objectivo é catequizar! Jesus Cristo pretende ensinar-nos a importância da humildade, da gratuidade e do amor desinteressado: atitudes fundamentais para quem quiser participar no banquete do “Reino”.

Contudo, não podemos negar um certo nexo entre as boas maneiras e o espírito cristão…

As boas maneiras envolvem normalmente duas coisas: senso comum e “sentido do outro”… Estes dois elementos (principalmente o segundo) estão em perfeita sintonia com os valores do Evangelho. As boas maneiras são, essencialmente, um instrumento que nos ajuda a cultivar a atenção que dedicamos aos outros. Ajudam-nos a receber bem e a tratar com delicadeza as pessoas que nos rodeiam.

Infelizmente, algumas pessoas cultivam propositadamente “más maneiras”, pois acreditam que isso as torne mais simpáticas e populares: enganam-se. “Más maneiras” criam normalmente desconforto e embaraço.

Para que as boas maneiras nunca se percam, neste domingo, proponho-vos alguns conselhos e dicas que encontrei AQUI (basta clicar…). São pequenas coisas que deveriam interessar a todos, mas sobretudo, aos leitores que já são pais. Boa semana e boa leitura!


10 conselhos e dicas para os pais educarem os filhos

1. Por Favor e Obrigada(o)
“Por favor” e “Obrigada(o)” ainda são aquelas palavras mágicas, das mais importantes, que se podem ensinar aos filhos. Estará a fazer um favor aos seus filhos se insistir que eles as utilizem até se tornarem um hábito. Toda a gente gosta de ser agradecida, e um “obrigada(o)” é a maneira mais correcta de mostrar essa gratidão. “Por favor” é outra maneira complementar que é aceite para demonstrar agradecimento. Um “Por favor” ou um “Se faz o favor” pode tornar uma ordem num pedido e transformar um pedido difícil num pedido mais aceitável.

2. Saudações
Ensine os seus filhos - logo que tenham idade para compreender -, a saudar as pessoas pelo seu nome. Aprender logo desde cedo a olhar alguém nos olhos e dizer “Olá Sr.ª Margarida” – em vez de um “Olá” a olhar para o chão, é uma valiosa lição para o futuro de qualquer criança.

3. Maneiras à mesa
As maneiras à mesa para crianças devem ser as mesmas que para os adultos, mas com uma excepção: as crianças pequenas devem ter permissão para se levantarem da mesa, se a refeição se prolongar. Esperar que uma criança pequena se sente quieta durante um jantar de protocolo, quando a criança já terminou a sua comida, é uma exigência nada razoável para a paciência da criança; não se pode exigir a uma criança que já terminou a sua refeição, a capacidade de estar sentada sem estar a fazer barulho, ou a brincar para passar o tempo.

4. Privacidade
Para ensinar os seus filhos a respeitar a sua privacidade, deverá antes de mais respeitar a deles.
• Não tente envolver-se nas conversas deles
• Não se ponha a escutar as suas conversas
• Não mexa nos seus pertences
• Não seja intrometido
• Bata à porta dos seus quartos e espere um “pode entrar”, antes de entrar nos seus quartos.

5. Interrupções
Ensine os seus filhos a não interromperem. Isto é uma parte da aprendizagem que ensina a respeitar os direitos dos outros. Cabe-lhe a si ensinar os seus filhos a esperarem por um intervalo na conversa para que possam intervir. A mãe que invariavelmente pára e diz “O que foi, querido?”, quando o seu filho a interrompe, está a ajudá-lo a estabelecer um comportamento que em nada será vantajoso durante a vida.

6. Escrever notas de agradecimento
Não é necessário escrever uma nota de agradecimento quando um presente é aberto e agradecido em frente à pessoa que o ofereceu. Se o presente não for aberto à frente de quem o ofereceu, a criança deverá escrever uma nota de agradecimento pessoal, mencionando o presente e o nome de quem o ofereceu.

7. Jogo limpo
Demonstrar um “fair play” entre crianças é uma boa atitude pois ensina a respeitar os outros. Esta atitude da parte dos pais inclui demonstrar compaixão, tomar a vez, partilhar e ser um bom desportista. Uma das melhores maneiras de ensinar o “fair play” é, por exemplo, quando os pais se revezam, tratam os filhos com bondade e são pessoas que partilham com outros; assim ensinam os seus filhos a terem espírito de “fair play”, só pelas suas acções.

8. Cumprimentos
Ensinar os seus filhos a cumprimentar com um aperto de mão, ou com um beijo as outras pessoas é uma boa maneira de os habituar a cumprimentar os outros apropriadamente. Pratique com eles. Mostre aos seus filhos como se cumprimenta com um aperto de mão; como se trocam cumprimentos olhando nos olhos e saudando o outro pelo nome.

9. Maneiras ao telefone
A primeira experiência que uma criança tem com o telefone é dizer “Olá” a um amigo próximo. Boas maneiras ao telefone, que as crianças devem aprender ao longo dos tempos, incluem falar claramente e saberem identificar-se correctamente.

10. Fora e em casa
As crianças necessitam de aprender que as boas maneiras são usadas em todo o lado e sempre, e não só em situações especiais. As maneiras à mesa, “por favor” e “obrigada(o)”, cumprimentos educados, e conversas respeitadoras são para serem usadas em casa, na casa dos amigos, no restaurante, na escola, ou mesmo no supermercado. Se as crianças tiverem o hábito de usar boas maneiras em casa, elas utilizá-las-ão em qualquer sítio.



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sábado, 21 de agosto de 2010

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano C)

Leitura do Livro de Isaías
(Is 66,18-21)
Eis o que diz o Senhor: «Eu virei reunir todas as nações e todas as línguas, para que venham contemplar a minha glória. Eu lhes darei um sinal e de entre eles enviarei sobreviventes às nações: a Társis, a Fut, a Luc, a Mosoc, a Rós, a Tubal e a Java, às ilhas remotas que não ouviram falar de Mim nem contemplaram ainda a minha glória, para que anunciem a minha glória entre as nações. De todas as nações, como oferenda ao Senhor, eles hão-de reconduzir todos os vossos irmãos, em cavalos, em carros, em liteiras, em mulas e em dromedários, até ao meu santo monte, em Jerusalém – diz o Senhor – como os filhos de Israel trazem a sua oblação em vaso puro ao templo do Senhor. Também escolherei alguns deles para sacerdotes e levitas».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 116 (117)
Refrão: Ide por todo o mundo, anunciai a boa nova.

Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.

É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre.


Leitura da Epístola aos Hebreus
(Heb 12,5-7.11-13)
Irmãos: Já esquecestes a exortação que vos é dirigida, como a filhos que sois: «Meu filho, não desprezes a correcção do Senhor, nem desanimes quando Ele te repreende; porque o Senhor corrige aquele que ama e castiga aquele que reconhece como filho». É para vossa correcção que sofreis. Deus trata-vos como filhos. Qual é o filho a quem o pai não corrige? Nenhuma correcção, quando se recebe, é considerada como motivo de alegria, mas de tristeza. Mais tarde, porém, dá àqueles que assim foram exercitados um fruto de paz e de justiça. Por isso, levantai as vossas mãos fatigadas e os vossos joelhos vacilantes e dirigi os vossos passos por caminhos direitos, para que o coxo não se extravie, mas antes seja curado.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 13,22-30)
Naquele tempo, Jesus dirigia-Se para Jerusalém e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava. Alguém Lhe perguntou: «Senhor, são poucos os que se salvam?» Ele respondeu: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, vós ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’. Aí haverá choro e ranger de dentes, quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaac e Jacob e todos os Profetas, e vós a serdes postos fora. Hão-de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa do reino de Deus. Há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos».


A PORTA ESTREITA
Quem são aqueles que não entrarão? Normalmente respondemos: «São os outros», e nem sequer consideramos a hipótese de que se esteja a falar precisamente de nós. Nós… tão seguros da nossa idoneidade... da nossa elegância... e que sempre nos confortamos com a expressão «há pessoas bem piores (bem mais gordas) do que eu!». Neste 21º Domingo do Tempo Comum, Jesus propõe-nos a curiosa imagem da “porta estreita” e fala-nos das condições necessárias para entrar no Reino de Deus.

Quem visita o antigo mosteiro de Santa Maria de Alcobaça (classificado como Património da Humanidade pela UNESCO e eleito, em 7 de Julho de 2007, uma das sete maravilhas de Portugal) não deixa de notar uma estranha porta muito alta, mas com apenas 32cm de largura, que se encontra no antigo refeitório. Conta-se que esta abertura destinava-se ao controle do peso dos monges. Uma vez por mês, os monges tinham de passar por esta porta. Se, devido ao excesso de peso, alguém não conseguisse passar por aquela porta, era imediatamente obrigado a fazer dieta!

A ideia da “porta estreita” é realmente sugestiva, mas não indica apenas a necessidade de uma alimentação saudável e equilibrada. Existem toda uma série de fardos que “engordam” o homem e que o impedem de viver na lógica do “Reino”. Que fardos são esses? Por exemplo: o egoísmo, o orgulho, a riqueza, a ambição, o desejo de poder e de domínio… Tudo aquilo que impede o homem de embarcar numa lógica de serviço, de entrega, de amor, de partilha, de dom da vida. Tudo aquilo que impede a adesão ao “Reino”.

Para nós, “assumidamente” cristãos, esta página do Evangelho é extremamente importante... Jesus dizia que, no banquete do Reino de Deus, muitos apareceriam a dizer: «comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças». mas receberiam como resposta: «não sei de onde sois; afastai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade». Este aviso toca de forma especial aqueles que conheceram bem Jesus, que se sentaram com Ele à mesa (da Eucaristia), que escutaram as suas palavras, que fizeram parte do conselho pastoral da paróquia, que foram fiéis guardiães das chaves da igreja ou dos cheques da conta bancária paroquial, que até, se calhar, se sentaram em tronos episcopais ou papais… mas que nunca se preocuparam em entrar pela “porta estreita” do serviço, da simplicidade, do amor, do dom da vida. Esses (e aqui Jesus é perfeitamente claro e objectivo) não terão lugar no “Reino”.


(Tenham uma boa semana e cliquem AQUI para verem uma foto da famosa “porta estreita” do Mosteiro de Alcobaça)



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sábado, 14 de agosto de 2010

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA (ano C)


Leitura do Apocalipse de São João
(Ap 11,19a;12,1-6a.10ab)
O templo de Deus abriu-se no Céu e a arca da aliança foi vista no seu templo. Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava para ser mãe e gritava com as dores e ânsias da maternidade. E apareceu no Céu outro sinal: um enorme dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas. A cauda arrastava um terço das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra. O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe, para lhe devorar o filho, logo que nascesse. Ela teve um filho varão, que há-de reger todas as nações com ceptro de ferro. O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. E ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o domínio do seu Ungido».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 44 (45)
Refrão: À vossa direita, Senhor, a Rainha do Céu, ornada do ouro mais fino.

Ouve, minha filha, vê e presta atenção,
esquece o teu povo e a casa de teu pai.

Da tua beleza se enamora o Rei;
Ele é o teu Senhor, presta-Lhe homenagem.

Cheias de entusiasmo e alegria,
entram no palácio do Rei.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
(1 Cor 15,20-27)
Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos; porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder. É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte, porque Deus tudo colocou debaixo dos seus pés. Mas quando se diz que tudo Lhe está submetido é claro que se exceptua Aquele que Lhe submeteu todas as coisas.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 1,39-56)
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». Maria disse então:

«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre».

Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.



REZAR POR, COM E COMO MARIA

Neste Domingo em que celebramos a Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria , proponho-vos esta pequena reflexão, que encontrei no site da Conferência Episcopal Portuguesa.

Rezar por Maria.
Frequentemente, ouvimos a expressão: “rezar à Virgem Maria”… Esta maneira de falar não é absolutamente exacta, porque a oração cristã dirige-se a Deus, ao Pai, ao Filho e ao Espírito: só Deus atende a oração. Os nossos irmãos protestantes que, contrariamente ao que se pretende, por vezes têm a mesma fé que os católicos e os ortodoxos na Virgem Maria Mãe de Deus, recordam-nos que Maria é (e se diz ela própria) a Serva do Senhor. Rezar por Maria é pedir que ela reze por nós: “Rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte!” A sua intervenção maternal em Caná resume bem a sua intercessão em nosso favor. Ela é nossa “advogada” e diz-nos: “Fazei tudo o que Ele vos disser!”

Rezar com Maria.
Ela está ao nosso lado para nos levar na oração, como uma mãe sustenta a palavra balbuciante do seu filho. Na glória de Deus, na qual nós a honramos hoje, ela prossegue a missão que Jesus lhe confiou sobre a Cruz: “Eis o teu Filho!” Rezar com Maria, mais que nos ajoelharmos diante dela, é ajoelhar-se ao seu lado para nos juntarmos à sua oração. Ela acompanha-nos e guia-nos na nossa caminhada junto de Deus.

Rezar como Maria.
Aprendemos junto de Maria os caminhos da oração. Na escola daquela que “guardava e meditava no seu coração” os acontecimentos do nascimento e da infância de Jesus, nós meditamos o Evangelho e, à luz do Espírito Santo, avançamos nos caminhos da verdade. A nossa oração torna-se acção de graças no eco ao Magnificat. Pomos os nossos passos nos passos de Maria para dizer com ela na confiança: “que tudo seja feito segundo a tua Palavra, Senhor!”


(Tenham uma boa semana!)



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sábado, 7 de agosto de 2010

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano C)



Leitura do Livro da Sabedoria
(Sab 18,6-9)
A noite em que foram mortos os primogénitos do Egipto foi dada previamente a conhecer aos nossos antepassados, para que, sabendo com certeza a que juramentos tinham dado crédito, ficassem cheios de coragem. Ela foi esperada pelo vosso povo, como salvação dos justos e perdição dos ímpios, pois da mesma forma que castigastes os adversários, nos cobristes de glória, chamando-nos para Vós. Por isso os piedosos filhos dos justos ofereciam sacrifícios em segredo e de comum acordo estabeleceram esta lei divina: que os justos seriam solidários nos bens e nos perigos; e começaram a cantar os hinos de seus antepassados.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 32 (33)
Refrão: Feliz o povo que o Senhor escolheu para sua herança.

Justos, aclamai o Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.

Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.

A nossa alma espera o Senhor,
Ele é o nosso amparo e protector.
Venha sobre nós a vossa bondade,
porque em Vós esperamos, Senhor.


Leitura da Epístola aos Hebreus
(Heb 11,1-2.8-19)
Irmãos: A fé é a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se vêem. Ela valeu aos antigos um bom testemunho. Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento e partiu para uma terra que viria a receber como herança; e partiu sem saber para onde ia. Pela fé, morou como estrangeiro na terra prometida, habitando em tendas, com Isaac e Jacob, herdeiros, como ele, da mesma promessa, porque esperava a cidade de sólidos fundamentos, cujo arquitecto e construtor é Deus. Pela fé, também Sara recebeu o poder de ser mãe já depois de passada a idade, porque acreditou na fidelidade d’Aquele que lho prometeu. É por isso também que de um só homem - um homem que a morte já espreitava – nasceram descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e como a areia que há na praia do mar. Todos eles morreram na fé, sem terem obtido a realização das promessas. Mas vendo-as e saudando-as de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Aqueles que assim falam mostram claramente que procuram uma pátria. Se pensassem na pátria de onde tinham saído, teriam tempo de voltar para lá. Mas eles aspiravam a uma pátria melhor, que era a pátria celeste. E como Deus lhes tinha preparado uma cidade, não Se envergonha de Se chamar seu Deus. Pela fé, Abraão, submetido à prova, ofereceu o seu filho único Isaac, que era o depositário das promessas, como lhe tinha sido dito: «Por Isaac será assegurada a tua descendência». Ele considerava que Deus pode ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, ele recuperou o seu filho.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 12,32-48)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não temas, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o reino. Vendei o que possuís e dai-o em esmola. Fazei bolsas que não envelheçam, um tesouro inesgotável nos Céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento, para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater. Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada, felizes serão se assim os encontrar. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem». Disse Pedro a Jesus: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?» O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘o meu senhor tarda em vir’; e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas. Aquele, porém, que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».


A QUEM MUITO FOI DADO...
...muito será pedido. E alguns receberam tanto!

A frase que “fecha” o Evangelho deste 19º Domingo do Tempo Comum é uma grande provocação para todo nós. Para muitos, compararem-se com quem erra, é quase como tomar vitaminas para a auto-estima. «Sr. Padre, eu nunca roubei nem matei ninguém!» e dizendo isto, o próprio ego sobe até às estrelas, seguros de não se estar entre os piores do mundo. «Há pessoas bem piores do que eu!». Já viste que sorte? Mas esquecemo-nos que muitos criminosos, ladrões e assassinos, se tivessem nascido no seio da nossa família, se tivessem tido as oportunidades e os apoios que nós tivemos, também não teriam enveredado por maus caminhos ou cometido os crimes com que se mancharam. A quem pouco foi dado, pouco será pedido. E há pessoas que nunca receberam nada.

Quanto é duro para um professor “adivinhar” o triste futuro de um aluno, consciente do quão será difícil “salvá-lo” do seu destino... porque ele nasceu naquela família, naquele bairro, naquele ambiente. E que grande alegria (e fonte de inspiração), quando alguém, que apenas conheceu miséria, sofrimento e pecado, emerge de toda essa “lama”, limpo, são e virtuoso. Nós, que recebemos muito, não podemos contentarmo-nos de não fazer o mal. Temos de trabalhar, perseverar, lutar pelo bem! «Feliz o servo a quem o Senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado», pois não basta ser medianos: é preciso querer ser santos!


(Tenham uma boa semana)


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Nos dias 31 de Julho e 1, 2 e 3 de Agosto celebraram-se em Peniche as Festas em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem. No sábado passado, realizou-se à noite a tradicional procissão do mar. Se nunca a viram ou se perderam a deste ano, deixo-vos aqui um link para o vídeo que editei com as minhas filmagens. Basta clicar AQUI. Boa visão!



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