sexta-feira, 27 de maio de 2022

7º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO C

NOTA: Excepcionalmente, esta semana seguimos o calendário litúrgico francês (onde a Solenidade da Ascensão é celebrada à quinta-feira) e publicamos as leituras do 7º domingo do tempo pascal.
Os leitores que nos seguem de Portugal, podem encontrar a liturgia da Palavra da Ascensão clicando neste link.
 
Leitura dos Actos dos Apóstolos
(Actos 7, 55-60)
Naqueles dias, Estêvão, cheio do Espírito Santo, de olhos fitos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus de pé à sua direita e exclamou: «Vejo o Céu aberto e o Filho do homem de pé à direita de Deus». Então levantaram um grande clamor e taparam os ouvidos; depois atiraram-se todos contra ele, empurraram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas colocaram os mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. Enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito». Depois ajoelhou-se e bradou com voz forte: «Senhor, não lhes atribuas este pecado». Dito isto, expirou.
 
 
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 96 (97), 1.2b.6.7c.9
Refrão: O Senhor é rei, o Altíssimo sobre toda a terra.
 
O Senhor é rei: exulte a terra,
rejubile a multidão das ilhas;
a justiça e o direito são a base do seu trono.
 
Os céus proclamam a sua justiça,
e todos os povos contemplam a sua glória,
todos os deuses se prostram diante do Senhor.
 
Vós, Senhor, sois o Altíssimo sobre toda a terra,
estais acima de todos os deuses.
 
 
Leitura do Livro do Apocalipse
(Ap 22, 12-14.16-17.20)
Eu, João, ouvi uma voz que me dizia: «Eis que venho em breve e trago comigo a recompensa, para dar a cada um segundo as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ómega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. Felizes os que lavam as suas vestes, para terem direito à árvore da vida e poderem entrar, pelas portas, na cidade. Eu, Jesus, enviei o meu Anjo, para vos dar testemunho no que diz respeito às Igrejas. Eu sou o rebento da descendência de David, a estrela brilhante da manhã». O Espírito e a Esposa dizem: «Vem!». E aquele que ouvir diga: «Vem!». Quem tem sede, venha; e quem a deseja, receba de graça a água da vida. Aquele que dá testemunho destas coisas diz: «Sim, Eu venho em breve». Amen! Vem, Senhor Jesus!
 
 
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 17, 20-26)
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai santo, não peço somente por eles, mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra, para que eles sejam todos um, como Tu, Pai, o és em Mim e Eu em Ti, para que também eles sejam um em Nós e o mundo acredite que Tu Me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu Me deste, para que sejam um, como Nós somos um: Eu neles e Tu em Mim, para que sejam consumados na unidade, e o mundo reconheça que Tu Me enviaste e que os amaste como a Mim. Pai, quero que onde Eu estou, também estejam comigo os que Me deste, para que vejam a minha glória, a glória que Me deste, por Me teres amado antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não Te conheceu, mas Eu conheci-Te, e estes reconheceram que Tu Me enviaste. Dei-lhes a conhecer o teu nome e dá-lo-ei a conhecer, para que o amor com que Me amaste esteja neles, e Eu esteja neles».
 
 
BOA NOTÍCIA
Uma página "inédita"
Nos países onde a Festa da Ascensão é celebrada ao domingo (é o caso de Portugal, mas não da França onde ainda se mantêm a "Quinta-feira da Ascensão") as comunidades paroquiais podem permanecer anos sem escutar e meditar o Evangelho previsto para esse dia, pois as leituras da missa são anualmente substituídas pelas desta solenidade. E é uma pena...
 
É pena porque na liturgia da Palavra do 7º domingo do tempo Pascal encontramos o 17º capítulo do Evangelho de São João. Podemos considerar esse texto a última parte do testamento de Jesus e uma das Suas orações mais íntimas: é a prece do Filho ao Pai; é a oração de um irmão que não esquece aqueles que ama; é a leitura que nos revela o desejo de alargar a comunhão de amor, entre o Pai e o Filho, a todos os homens e mulheres.
 
«Pai, quero que onde Eu estou, também estejam comigo os que Me deste, para que vejam a minha glória, a glória que Me deste, por Me teres amado antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não Te conheceu, mas Eu conheci-Te, e estes reconheceram que Tu Me enviaste. Dei-lhes a conhecer o teu nome e dá-lo-ei a conhecer, para que o amor com que Me amaste esteja neles, e Eu esteja neles».
 
Caro amigo(a), fica aqui o convite: pega na tua Bíblia e lê este capítulo.
É o testamento de Jesus!
É a Sua oração de despedida!
E, provavelmente, é uma leitura que ainda não conheces.
 
P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2022.05.27



 
 

sábado, 21 de maio de 2022

6º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO C

Leitura dos Actos dos Apóstolos
(Actos 15,1-2.22-29)
Naqueles dias, alguns homens que desceram da Judeia ensinavam aos irmãos de Antioquia: «Se não receberdes a circuncisão, segundo a Lei de Moisés, não podereis salvar-vos». Isto provocou muita agitação e uma discussão intensa que Paulo e Barnabé tiveram com eles. Então decidiram que Paulo e Barnabé e mais alguns discípulos subissem a Jerusalém para tratarem dessa questão com os Apóstolos e os anciãos. Os Apóstolos e os anciãos, de acordo com toda a Igreja, decidiram escolher alguns irmãos e mandá-los a Antioquia com Barnabé e Paulo. Eram Judas, a quem chamavam Barsabás, e Silas, homens de autoridade entre os irmãos. Mandaram por eles esta carta: «Os Apóstolos e os anciãos, irmãos vossos, saúdam os irmãos de origem pagã residentes em Antioquia, na Síria e na Cilícia. Tendo sabido que, sem nossa autorização, alguns dos nossos vos foram inquietar, perturbando as vossas almas com as suas palavras, resolvemos, de comum acordo, escolher delegados para vo-los enviarmos juntamente com os nossos queridos Barnabé e Paulo, homens que expuseram a sua vida pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso vos mandamos Judas e Silas, que vos transmitirão de viva voz as nossas decisões. O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além destas que são indispensáveis: abster-se da carne imolada aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das relações imorais. Procedereis bem, evitando tudo isso. Adeus».
 
 
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 66 (67)
Refrão: Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra.
 
Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.
Na terra se conhecerão os vossos caminhos
e entre os povos a vossa salvação.
 
Alegrem-se e exultem as nações,
porque julgais os povos com justiça
e governais as nações sobre a terra.
 
Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção
e chegue o seu louvor aos confins da terra.
 
 
Leitura do livro do Apocalipse
(Ap 21,10-14.22-23)
Um Anjo transportou-me em espírito ao cimo de uma alta montanha e mostrou-me a cidade santa de Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, resplandecente da glória de Deus. O seu esplendor era como o de uma pedra preciosíssima, como uma pedra de jaspe cristalino. Tinha uma grande e alta muralha, com doze portas e, junto delas, doze Anjos; tinha também nomes gravados, os nomes das doze tribos dos filhos de Israel: três portas a nascente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas a poente.
 
 
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 14,23-29)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse. Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes o que Eu vos disse: Vou partir, mas voltarei para junto de vós. Se Me amásseis, ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai, porque o Pai é maior do que Eu. Disse-vo-lo agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, acrediteis».
 
 
BOA NOTÍCIA
«Dou-vos a minha paz»
No próximo domingo, dia 22 de Maio, escutamos mais um trecho do discurso de despedida que Jesus pronunciou aos seus apóstolos durante a última ceia. A semana passada vimos como Ele revolucionou o mandamento do amor; esta semana somos convidados a reelaborar o nosso conceito de "paz".
 
«Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo».
 
"Paz", na língua de Jesus diz-se "shalom", um termo hebraico muito comum entre os judeus como saudação. Aliás, é precisamente com a expressão "shalom aleikhem" que Jesus saúda os seus discípulos, quando os encontra pela primeira vez depois da ressurreição e diz: «a Paz esteja convosco» (Jo 20, 19).
 
Porém, o conceito cristão de "paz" é muito mais do que a mera ausência de guerra ou conflito. Não podemos não condenar a violência, a agressividade e o desejo de vingança, mas a paz de que nos fala hoje Jesus Cristo é algo de mais enérgico, dinâmico e bonito: é o viver sereno, sem medo, que provém (apenas) da confiança no Senhor.
 
«Shalom aleikhem!»: é o primeiro dom que o Ressuscitado dá ao mundo, quando aparece diante dos discípulos temerosos. «Não se perturbe nem se intimide o vosso coração». Um coração pacificado é um coração que confia, que crê, que sabe que é amado, que não se assusta diante das dificuldades e que não recua na presença de um desafio. É a serena coragem que alimentou o ardor missionário dos primeiros cristãos e que ainda hoje se sente na Igreja cada vez que anunciamos Jesus num lugar hostil à nossa fé. «A Paz esteja convosco!» Para que possais anunciar o Amor! Doar as vossas vidas! Testemunhar o Ressuscitado!
 
P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2022.05.20



 
 

sábado, 14 de maio de 2022

5º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO C

Leitura dos Actos dos Apóstolos
(Actos 14,21b-27)
Naqueles dias, Paulo e Barnabé voltaram a Listra, a Icónio e a Antioquia. Iam fortalecendo as almas dos discípulos e exortavam-nos a permanecerem firmes na fé, «porque – diziam eles – temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus». Estabeleceram anciãos em cada Igreja, depois de terem feito orações acompanhadas de jejum, e encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham acreditado. Atravessaram então a Pisídia e chegaram à Panfília; depois, anunciaram a palavra em Perga e desceram até Atalia. De lá embarcaram para Antioquia, de onde tinham partido, confiados na graça de Deus, para a obra que acabavam de realizar. À chegada, convocaram a Igreja, contaram tudo o que Deus fizera com eles e como abrira aos gentios a porta da fé.
 
 
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 144
Refrão: Louvarei para sempre o vosso nome, Senhor, meu Deus e meu Rei.
 
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.
 
Graças Vos dêem, senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos.
 
Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.
 
 
Leitura do Livro do Apocalipse
(Ap 21,1-5ª)
Eu, João, vi um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo. Do trono ouvi uma voz forte que dizia: «Eis a morada de Deus com os homens. Deus habitará com os homens: eles serão o seu povo e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu». Disse então Aquele que estava sentado no trono: «Vou renovar todas as coisas».
 
 
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 13,31-33a.34-35)
Quando Judas saiu do cenáculo, disse Jesus aos seus discípulos: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros».
 
 
BOA NOTÍCIA
Dou-vos um mandamento “novo”
No próximo domingo, o Evangelho propõe-nos a última instrução que Jesus deu aos seus discípulos, antes da traição de Judas: «Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros».
 
Curiosamente, no Levítico (o terceiro livro da Bíblia, escrito entre o sexto e o quinto século antes do nascimento de Cristo) encontramos este versículo: «Não te vingarás nem guardarás rancor aos filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo». Afinal, o mandamento é novo ou é antigo?
 
«Não penseis que vim anular a Lei ou os Profetas. Não vim anulá-los, mas levá-los à perfeição» (Mt 5,17). Com estas palavras, Jesus convida-nos a não abandonar a sabedoria do Antigo Testamento, mas a reler tudo à luz da Sua vida e do Seu testemunho. Em Jesus Cristo, o mandamento do amor é revolucionado totalmente, adquirindo uma dimensão e profundidade até então inéditas.
 
O primeiro conceito a ser transformado é a noção de “próximo”. Para os antigos judeus, o preceito do amor abrangia apenas os filhos do povo hebraico. Jesus supera a noção tribal da lei e, com a parábola do bom samaritano, reescreve a definição de “próximo”. Ele ensina-nos a ultrapassar fronteiras raciais, linguísticas, culturais ou religiosas, e dilata a extensão do mandamento do amor até alcançar todos os homens e mulheres, sem excepção.
 
Mas o que realmente transforma a antiga lei não é tanto a universalidade do “novo” mandamento, quanto a profundidade, a intensidade com que ele deve ser vivido. A medida do amor já não é o amor que provamos por nós mesmos, mas sim, o amor que Jesus Cristo revelou com a sua vida e morte. É o amor total, o amor que «tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta» (1Cor 13,13).
 
P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2022.05.14



 
 

sexta-feira, 6 de maio de 2022

4º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO C

Leitura dos Actos dos Apóstolos
(Act 13,14.43-52)
Naqueles dias, Paulo e Barnabé seguiram de Perga até Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. Terminada a reunião da sinagoga, muitos judeus e prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, que nas suas conversas com eles os exortavam a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra do Senhor. Ao verem a multidão, os judeus encheram-se de inveja e responderam com blasfémias. Corajosamente, Paulo e Barnabé declararam: «Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Uma vez, porém, que a rejeitais e não vos julgais dignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, pois assim nos mandou o Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação até aos confins da terra’». Ao ouvirem estas palavras, os gentios encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé e a palavra do Senhor divulgava-se por toda a região. Mas os judeus, instigando algumas senhoras piedosas mais distintas e os homens principais da cidade, desencadearam uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. Estes, sacudindo contra eles o pó dos seus pés, seguiram para Icónio. Entretanto, os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
 
 
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 99 (100)
Refrão: Nós somos o povo de Deus, somos as ovelhas do seu rebanho.
 
Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo.
 
Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
 
O Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.
 
 
Leitura do Livro do Apocalipse
(Ap 7,9.14b-17)
Eu, João, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. Um dos Anciãos tomou a palavra para me dizer: «Estes são os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, servindo-O dia e noite no seu templo. Aquele que está sentado no trono abrigá-los-á na sua tenda. Nunca mais terão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente cairão sobre eles. O Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva. E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos».
 
 
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 10,27-30)
Naquele tempo, disse Jesus: «As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão-de perecer e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».
 
 
BOA NOTÍCIA
Escutar. Seguir. Anunciar.
O 4º domingo do tempo Pascal é chamado “Domingo do Bom Pastor”, pois a liturgia propõe-nos, todos os anos, um trecho diferente do 10º capítulo do Evangelho de S. João, onde Jesus se apresenta com esse título e dirige-nos uma importante mensagem de esperança.
 
É verdade, os tempos são difíceis… a estrada tem muitos obstáculos… mas a coragem dos discípulos não vem da vida fácil, mas sim da certeza. Certeza de que Cristo vence tudo o que oprime o homem; certeza de que Ele vive e reina; certeza de que não abandona a sua Igreja.
 
É verdade que não O podemos ver, mas isso não significa que não O possamos escutar. Onde quer que estejamos, um simples momento de silêncio orante pode revelar a presença do Senhor: «As minhas ovelhas escutam a minha voz». E reconheceremos a Sua voz, sobretudo, se conhecermos a sua Palavra e a meditarmos com assiduidade.
 
Porém, o Bom Pastor não é apenas alguém que chama: é também uma mão que guia e protege. Confiamos que ninguém nos poderá separar do seu Amor, pois somos o rebanho que o Pai confiou ao Filho «e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».
 
Mas se o Senhor nos assegura a Sua presença e nos defende com a Sua mão, isso não significa que nos possamos distrair ou deixar adormecer: «Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me». Por Cristo, com Cristo e em Cristo entrámos na intimidade de Deus Pai. E tal como Ele, também nós somos enviados, todos os dias e a todas as nações, pois a Palavra dita a São Paulo (e que escutaremos na primeira leitura) é repetida hoje a cada um de nós: «Estabeleci-te como luz dos povos, para levares a salvação até aos confins da Terra».
 
P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2022.05.06



 

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