No próximo
domingo, dia 2 de Novembro, celebraremos a liturgia da Comemoração dos Fiéis
Defuntos. As leituras deverão ser escolhidas entre as várias do Leccionário das
Missas de defuntos (cf. Leccionário VIII, p. 1069-1131) todavia, na página
oficial do Secretariado Nacional de Liturgia encontramos já três sugestões:
Como já é habitual,
proponho-vos também um pequeno comentário que espero vos ajudará a viver na fé e
na esperança este próximo dia de finados.
BOA NOTÍCIA
Chorar, sim. Desesperar, não.
No dia 2 de Novembro,
a Igreja faz memória de todos os fiéis defuntos. Não é um “dia de tristeza”,
mas um “dia pascal”, sobretudo neste ano em que calha de Domingo. Esta
comemoração, colocada logo a seguir à Solenidade de Todos os Santos,
recorda-nos que a santidade e a esperança caminham juntas: a comunhão dos
santos abraça vivos e mortos e ilumina os nossos lutos com a luz da ressurreição.
Mandamos celebrar missas pelos defuntos, porque a comunhão dos santos é mais
forte do que o túmulo e a Eucaristia é o lugar onde o céu toca a terra.
É na
Eucaristia que aprendemos que a vida eterna começa já: «quem come a minha carne e bebe o meu sangue TEM a vida eterna» (Jo
6,54). O presente do indicativo na afirmação de Jesus sublinha que a promessa
se cumpre hoje.
Hoje, a
liturgia pede-nos um olhar pascal sobre a morte: chorar, sim; desesperar, não.
A fé cristã não nega a dor, mas recusa o desespero. Em Cristo, a morte foi
vencida e não terá a última palavra, pois essa será sempre de Deus Pai que «enxugará todas as lágrimas e não haverá
mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor» (Ap 21,4). Esta promessa não é
anestesia: é esperança e missão!
Quem sabe
“para onde vai” (quem acredita nas promessas de Cristo) vive com prioridades
novas. Porque quem crê sabe que a eternidade não é um prémio que se recebe no
final: a eternidade é uma semente, plantada hoje e chamada a crescer em gestos
de fé, de caridade e de justiça.
P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2025.11.02