quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

NATAL DO SENHOR - MISSA DO DIA (ano A)

Leitura do Livro de Isaías
(Is 52, 7-10)
Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei». Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque vêem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém. O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.


SALMO RESPONSORIAL - Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4.5-6
Refrão: Todos os confins da terra viram a salvação do nosso Deus.

Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. Refrão

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. Refrão

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. Refrão

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei. Refrão


Leitura da Epístola aos Hebreus
(Hebr 1, 1-6)
Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Sendo o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-Se à direita da Majestade no alto dos Céus e ficou tanto acima dos Anjos quanto mais sublime que o deles é o nome que recebeu em herança. A qual dos Anjos, com efeito, disse Deus alguma vez: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei»? E ainda: «Eu serei para Ele um Pai e Ele será para Mim um Filho»? E de novo, quando introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: «Adorem-n’O todos os Anjos de Deus».


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 1, 1-18)
No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.


BOA NOTÍCIA
«No princípio era o Verbo...»

«... e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus». Depois dos dois Evangelhos (mais acessíveis, mais descritivos) da missa do galo e da missa da aurora, a liturgia do Natal propor-nos-á um terceiro Evangelho, para a missa do dia, que é certamente menos intuitivo, mas não menos belo: escutaremos um trecho do chamado Prólogo de São João.

Diferentemente dos Evangelhos de Mateus e Lucas, a São João não interessou escrever sobre a infância de Jesus, mas preferiu iniciar o seu relato com esta maravilhosa introdução, que é uma chave de leitura para todo o seu Evangelho e que nos faz entrar directamente no mistério de Deus: «E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós».

No domingo de Natal celebraremos o mistério da Incarnação! Deus, permanecendo o que era, assumiu o que não era. O que significa esta frase? Se permaneceu Deus, com todos os atributos da divindade (eterno, omnipotente, infinito...) então, o que assumiu? O que é que lhe faltava? Ele, que era "tudo", assumiu o nosso "nada": os nossos limites, a nossa pobreza, a nossa mortalidade. «A majestade revestiu-se de humildade; a força, de fraqueza; a eternidade, de caducidade» (S. Leão Magno).

Para nós cristãos, o nascimento de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, marca o momento em que o Divino irrompe na História, dividindo-a para sempre em duas metades e tornando-se o “Emanu-El”: o Deus connosco. Mas o Senhor do tempo e da eternidade não quer apenas entrar, genericamente, no curso dos acontecimentos da humanidade. Ele é Cristo, «ontem, hoje e sempre», e quer nascer na história pessoal de cada um de nós. Ele é a diferença entre um "bom" Natal... e aquilo que eu vos desejo: um Santo Natal!

P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2016.12.21




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