segunda-feira, 7 de junho de 2021

SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO (ano B)

Leitura do Livro do Êxodo
(Ex 24, 3-8)
Naqueles dias, Moisés veio comunicar ao povo todas as palavras do Senhor e todas as suas leis. O povo inteiro respondeu numa só voz: «Faremos tudo o que o Senhor ordenou». Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. No dia seguinte, levantou-se muito cedo, construiu um altar no sopé do monte e ergueu doze pedras pelas doze tribos de Israel. Depois mandou que alguns jovens israelitas oferecessem holocaustos e imolassem novilhos, como sacrifícios pacíficos ao Senhor. Moisés recolheu metade do sangue, deitou-o em vasilhas e derramou a outra metade sobre o altar. Depois, tomou o Livro da Aliança e leu-o em voz alta ao povo, que respondeu: «Faremos quanto o Senhor disse e em tudo obedeceremos». Então, Moisés tomou o sangue e aspergiu com ele o povo, dizendo: «Este é o sangue da aliança que o Senhor firmou convosco, mediante todas estas palavras».
 
 
SALMO RESPONSORIAL Salmo 115 (116), 12-13.15.16bc.17-18 (R.13)
Refrão: Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor.
 
Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.
 
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.
 
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo.
 
 
Leitura da Epístola aos Hebreus
(Hebr 9, 11-15)
Irmãos: Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Atravessou o tabernáculo maior e mais perfeito, que não foi feito por mãos humanas, nem pertence a este mundo, e entrou de uma vez para sempre no Santuário. Não derramou sangue de cabritos e novilhos, mas o seu próprio Sangue, e alcançou-nos uma redenção eterna. Na verdade, se o sangue de cabritos e de toiros e a cinza de vitela, aspergidos sobre os que estão impuros, os santificam em ordem à pureza legal, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno Se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Por isso, Ele é mediador de uma nova aliança, para que, intervindo a sua morte para remissão das transgressões cometidas durante a primeira aliança, os que são chamados recebam a herança eterna prometida.
 
 
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 14, 12-16.22-26)
No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?». Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: «O Mestre pergunta: Onde está a sala, em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?». Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso». Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu Corpo». Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele. Disse Jesus: «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens. Em verdade vos digo: Não voltarei a beber do fruto da videira, até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus». Cantaram os salmos e saíram para o monte das Oliveiras.
 
 
BOA NOTÍCIA
«Tomai: isto é o meu Corpo»
No próximo domingo celebraremos a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, conhecida também como festa do Corpo de Deus. Tradicionalmente esta solenidade celebra-se na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade. Todavia, nalgumas nações, tais como França e Itália, onde foi eliminado o feriado nacional, esta solenidade é adiada para o domingo sucessivo.
 
Esta festa é um convite a meditarmos o mistério da presença real, concreta, actual e salvífica de Cristo na Eucaristia. A festa do Corpo de Deus recorda-nos que, no pão e vinho consagrados, Jesus está presente não como uma “coisa”, mas como uma pessoa, como um “eu” que se doa a um “tu”. rta-se de um verdadeiro encontro com alguém e portanto, de uma possibilidade concreta de comunhão entre pessoas. No entanto, a Missa é vivida por vezes como um peso, uma canseira, uma perda de tempo…
 
É verdade que nem todas as homílias brilham pela sua actualidade e pertinência, mas ao centro está a Palavra, não a sua explicação!
 
É verdade que os cânticos nem sempre são ao nosso gosto (ou bem afinados…), mas criticar é muito mais fácil do que fazer melhor!
 
É verdade que também podemos rezar sozinhos em casa, mas sem a celebração comunitária e o encontro com os irmãos arriscamo-nos a trair a nossa fé!
 
Ludwig Feuerbach, um famoso materialista ateu, escreveu que «o homem é aquilo que come». Sem sabê-lo, este filósofo alemão deu-nos uma óptima definição da Eucaristia: graças a ela o homem pode converter-se naquilo de que se nutre, ou seja, torna-se porção do corpo de Cristo; torna-se membro da Igreja!
 
P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2021.06.04



 

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