sábado, 28 de novembro de 2009

1º DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO (ano C)



Leitura do Livro de Jeremias
(Jer 33,14-16)
Eis o que diz o Senhor: «Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá: Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra. Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 24 (25)
Refrão: Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade
para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.
O Senhor trata com familiaridade os que O temem
e dá-lhes a conhecer a sua aliança.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
(1 Tes 3,12–4,2)
Irmãos: O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco. O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos. Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais. Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 21,25-28.34-36)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela devassidão, a embriaguês e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele sobrevirá sobre todos os que habitam a terra inteira. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para terdes a força de vos livrar de tudo o que vai acontecer e poderdes estar firmes na presença do Filho do homem».


2012
Ainda não fui ao cinema ver o filme “2012”, mas ao ler as primeiras frases do discurso de Jesus não pude deixar de pensar (divertido) nos vários trailers deste “filme-profecia” que inundam a internet há já alguns meses. A questão do fim do mundo sempre despertou muita curiosidade e uma pequena pesquisa revela pelo menos umas trinta datas que conseguiram suscitar alguma ânsia na população mais crédula. Entre as previsões mais recentes do fim do mundo temos:

• O ano 1947, segundo o “profeta” americano, John Ballou Newbrough.

• Para o reverendo Sun Myung Moon, líder da Igreja da Unificação, tudo acabaria em 1967.

• Segundo alguns intérpretes de Nostradamus, o fim do mundo seria em 1999.

• As Testemunhas de Jeová diziam que era em 1914... depois, 1918... depois, 1925... depois, 1975... e, claro, o ano 2000.

• Finalmente chegamos aos nossos dias e a data da moda é 21 de Dezembro de 2012. No entanto, até mesmo o realizador do filme “2012” não acredita muito nesta profecia, uma vez que já está a trabalhar num novo projecto que se vai chamar, “2013”... (Não é uma piada. Podem confirmar.)

Já falámos há duas semanas atrás do género literário apocalíptico e de como estes textos, apesar das imagens espectaculares e aterradoras que frequentemente utilizam, normalmente procuram veicular uma mensagem de esperança (se não se lembram desse comentário, basta clicar aqui). O Evangelho de hoje insere-se plenamente nesse filão: é um convite a vigiar, para não desperdiçar tempo com coisas inúteis; a não perder nunca a coragem e a esperança, mesmo nos momentos mais difíceis da nossa vida, porque a «libertação está próxima».

A verdade é que o mundo acaba todos os dias para muitas pessoas e nenhum de nós conhece a própria hora. Os “sinais” catastróficos apresentados não são um quadro do “fim do mundo”: são imagens utilizadas pelos profetas antigos (e que todos os judeus imediatamente reconheciam) para falar do “dia do Senhor”, isto é, o dia em que Deus intervem na história para libertar definitivamente o seu Povo da escravidão, inaugurando uma era de vida, de fecundidade e de paz sem fim. O quadro destina-se, portanto, não a amedrontar, mas a abrir os corações à esperança: quando Jesus reinar com a sua autoridade soberana, o mundo velho do egoísmo e da escravidão cairá e surgirá o dia novo da “salvação-libertação” sem fim.

(Tenham uma boa semana!)


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