sábado, 28 de maio de 2011

6º DOMINGO DA PÁSCOA (ano A)



Leitura dos Actos dos Apóstolos
(Actos 8,5-8.14-17)
Naqueles dias, Filipe desceu a uma cidade da Samaria e começou a pregar o Messias àquela gente. As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe, ao ouvi-las e ao ver os milagres que fazia. De muitos possessos saíam espíritos impuros, soltando enormes gritos, e numerosos paralíticos e coxos foram curados. E houve muita alegria naquela cidade. Quando os Apóstolos que estavam em Jerusalém ouviram dizer que a Samaria recebera a palavra de Deus enviaram-lhes Pedro e João. Quando chegaram lá, rezaram pelos samaritanos, para que recebessem o Espírito Santo, que ainda não tinha descido sobre eles. Então impunham-lhes as mãos e eles recebiam o Espírito Santo.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 65 (66)
Refrão: A terra inteira aclame o Senhor.

Aclamai a Deus, terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores,
dizei a Deus: «Maravilhosas são as vossas obras».

«A terra inteira Vos adore e celebre,
entoe hinos ao vosso nome».
Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua acção pelos homens.

Todos os que temeis a Deus, vinde e ouvi,
vou narrar-vos quanto Ele fez por mim.
Bendito seja Deus que não rejeitou a minha prece,
nem me retirou a sua misericórdia.


Leitura da Primeira Epístola de São Pedro
(1 Pedro 3,15-18)
Caríssimos: Venerai Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre a responder, a quem quer que seja, sobre a razão da vossa esperança. Mas seja com brandura e respeito, conservando uma boa consciência, para que, naquilo mesmo em que fordes caluniados, sejam confundidos os que dizem mal do vosso bom procedimento em Cristo. Mais vale padecer por fazer o bem, se for essa a vontade de Deus, do que por fazer o mal. Na verdade, Cristo morreu uma só vez pelos nossos pecados, o Justo pelos injustos, para nos conduzir a Deus. Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(João 14,15-21)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor, para estar sempre convosco: o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós. Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós. Daqui a pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver-Me-eis, porque Eu vivo e vós vivereis. Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós. Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».


PARÁCLITO
Se alguém te perguntasse, «quando nasceu a Igreja?», saberias o que responder? Será que surgiu em Belém, quando os pastores e os reis adoraram o Menino na manjedoura? Ou talvez, quando Jesus chamou Simão, André, Tiago e João, para que O seguissem e fossem seus discípulos? Ou possivelmente, surgiu na última ceia, quando o pão e o vinho, consagrados e partilhados, anteciparam o momento em que o corpo de Jesus foi pregado na cruz…?

Começámos o ano litúrgico com o tempo do Advento, que nos preparou para a grande festa do Natal, para a celebração do nascimento de Jesus e do mistério da Incarnação. Mais tarde, durante quarenta dias e quarenta noites preparámo-nos para a solenidade da Páscoa e para o evento da morte e ressurreição de Cristo. Porém, o ano está longe de terminar e aproxima-se cada vez mais a celebração que recorda o início da história de Igreja. Em toda a narrativa da salvação, desde Génesis até ao Evangelho, encontramos sinais (sementes) que indicam a presença germinal da futura comunidade cristã. Mas é na solenidade de Pentecostes, celebrada cinquenta dias após a Páscoa, que a Igreja nasce definitivamente, acolhe o dom do Espírito Santo e inicia a sua missão de anúncio e testemunho.

É em vista dessa grande celebração que a liturgia da Palavra nos propõe hoje esta página do Evangelho. Numa noite de quinta-feira do ano trinta, na véspera da Sua morte na cruz, Jesus reuniu-Se com os seus discípulos numa “ceia”. No decurso dessa “ceia”, Ele despediu-Se e fez as últimas recomendações. As palavras de Jesus soam como um “testamento final”: Ele sabe que vai partir para o Pai e que os discípulos vão continuar no mundo. Jesus convida os discípulos a seguir o Seu caminho de entrega a Deus e de amor radical aos irmãos. É seguindo esse “caminho” que eles se tornarão homens novos e que chegarão a ser a “família de Deus”. Os discípulos, no entanto, estão inquietos e desconcertados. Será possível percorrer esse “caminho” se Jesus não caminhar ao lado deles? Como é que eles manterão a comunhão com Jesus e como receberão d’Ele a força para doar, dia a dia, a própria vida?

Jesus anuncia o envio do “Paráclito”, que estará sempre com eles. A palavra grega “paráklêtos”, utilizada por João, pertence ao vocabulário jurídico e designa, nesse contexto, aquele que ajuda ou defende o acusado. Pode, portanto, traduzir-se como “advogado”, “auxiliar” ou “defensor”. Jesus afirma aos discípulos que não os deixará órfãos. Ele identifica-Se com o Pai, por ter o mesmo Espírito; os discípulos identificar-se-ão com Jesus, por acção do Espírito: «Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós».

Irmãos e irmãs, a grande solenidade de Pentecostes aproxima-se. Peçamos a Deus que nos ajude a eliminar, da nossa vida, todos os obstáculos que impedem a acção do Espírito Santo, para que possamos no mundo ser testemunhas credíveis, missionários corajosos e membros dignos da “família de Deus”: a Igreja una, santa, católica e apostólica.


(Tenham uma boa semana!)



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