quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

NATAL DO SENHOR - MISSA DA MEIA-NOITE (ano B)



Leitura do Livro de Isaías
(Is 9,1-6)
O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz começou a brilhar. Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença, como os que se alegram no tempo da colheita, como exultam os que repartem despojos. Vós quebrastes, como no dia de Madiã, o jugo que pesava sobre o povo, o madeiro que ele tinha sobre os ombros e o bastão do opressor. Todo o calçado ruidoso da guerra e toda a veste manchada de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão pasto das chamas. Porque um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado. Tem o poder sobre os ombros e será chamado «Conselheiro Admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz». O seu poder será engrandecido numa paz sem fim, sobre o trono de David e sobre o seu reino, para o estabelecer e consolidar por meio do direito e da justiça, agora e para sempre. Assim o fará o Senhor do Universo.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 95 (96)
Refrão: Hoje nasceu o nosso Salvador, Jesus Cristo, Senhor.

Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.

Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.

Alegrem-se os céus, exulte a terra,
ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe,
alegrem-se as árvores das florestas.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra:
Julgará o mundo com justiça
e os povos com fidelidade.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo a Tito
(Tito 2,1-14)
Caríssimo: manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Ele nos ensina a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos para vivermos, no tempo presente, com temperança, justiça e piedade, aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, que Se entregou por nós, para nos resgatar de toda a iniquidade e preparar para Si mesmo um povo purificado, zeloso das boas obras.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 2,1-14)
Naqueles dias, saiu um decreto de César Augusto, para ser recenseada toda a terra. Este primeiro recenseamento efectuou-se quando Quirino era governador da Síria. Todos se foram recensear, cada um à sua cidade. José subiu também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e da descendência de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que estava para ser mãe. Enquanto ali se encontravam, chegou o dia de ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito. Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia naquela região uns pastores que viviam nos campos e guardavam de noite os rebanhos. O Anjo do Senhor aproximou-se deles e a glória do Senhor cercou-os de luz; e eles tiveram grande medo. Disse-lhes o Anjo: «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura». Imediatamente juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus, dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».


BOA NOTÍCIA
Hoje nasceu o nosso salvador
É uma página de evangelho bem conhecida a que encontramos, nas primeiras horas do próximo domingo, na liturgia da Missa da noite, também conhecida como Missa do galo. O Reino de Deus, que mais tarde será anunciado tantas vezes por Jesus Cristo, ganha neste texto uma referência territorial bem concreta. É-nos indicada a cidade e até a “casa real” onde nasce o Príncipe dos príncipes: em Belém, num estábulo escavado numa gruta. Mil anos após o nascimento do rei David, esta pequena cidade da Cisjordânia vê nascer um outro soberano: Jesus Cristo, o “rei” do Reino dos céus.

A descrição daquela noite santa, comove e encanta gerações de fiéis em todo o mundo, desde há quase dois mil anos. No entanto, junto com os vários elementos de luz e de paz que descrevem o nascimento do Salvador, encontramos também uma “sombra” que nos recorda a dificuldade que o mundo teve, desde o início, em aceitar Jesus Cristo: «[sua mãe] envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria». É uma frase que nos recorda o misto de alegria e tristeza que José certamente sentiu naquela noite: junto à comoção por uma criança recém-nascida, convivia a dura realidade de uma jovem mãe obrigada a deitar-se nas palhas de um estábulo.

Mas não se trata apenas de um episódio de outros tempos. O cântico de aleluia que escutaremos na santa missa, recorda-nos com o seu refrão que «hoje nasceu o nosso salvador». Hoje ele bate à nossa porta e pede licença para entrar! Hoje ele faz-se homem e anuncia ao mundo o Seu reino! Vinde irmãos e irmãs! Vinde e louvai o Senhor!


P. Carlos Caetano

in LusoJornal 21.12.2011



.


Sem comentários:

Arquivo do blogue