quarta-feira, 25 de junho de 2014

SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO (ano A)

Leitura do Livro dos Actos dos Apóstolos
(Act 12,1-11)
Naqueles dias, o rei Herodes começou a maltratar alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João, e, ao ver que assim agradava aos Judeus, mandou, além disto, prender também a Pedro. Era nos dias da Páscoa. Depois de preso, mandou-o meter na cadeia e entregou-o à guarda de quatro piquetes de quatro soldados cada um, na intenção de, após a Páscoa, o fazer comparecer perante o povo. Pedro era, pois, guardado na prisão, mas a Igreja orava instantemente a Deus por ele. Herodes estava para o fazer comparecer. Nessa noite, dormia Pedro entre dois soldados, ligado com duas correntes, enquanto as sentinelas, postadas à porta, guardavam a prisão. Nisto, apareceu o Anjo do Senhor, e uma luz brilhou na cela da cadeia. O Anjo acordou Pedro, tocando-lhe no lado, e disse-lhe: «Levanta-te depressa». E as correntes caíram-lhe das mãos. Então, o Anjo disse-lhe: «Põe o cinto e calça as sandálias». Ele assim fez. Depois, acrescentou: «Envolve-te na capa e segue-me». Pedro saiu e foi-o seguindo, sem perceber que era verdade o que estava a acontecer pela ação do Anjo; pensava que tinha uma visão. Atravessaram o primeiro posto da guarda, depois o segundo, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, e a porta abriu-se por si mesma diante deles. Saíram e avançaram por uma rua, e logo o Anjo se afastou de Pedro. Então, Pedro, voltando a si, exclamou: «Agora sei realmente que o Senhor mandou o Seu Anjo e me libertou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo judeu».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 33 (34)
Refrão: O Senhor libertou-me de todos os meus temores.

A toda a hora bendirei o Senhor,
o Seu louvor está sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor;
ouçam e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo ao Senhor,
e exaltemos juntos o Seu nome.
Procurei o Senhor, e Ele atendeu-me;
libertou-me de todos os meus temores.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes:
vossos rostos não se hão de cobrir de vergonha.
Este pobre clamou, o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Provai e vede como o Senhor é bom;
feliz o homem que n’Ele se refugia.


Leitura da Segunda Epístola de São Paulo a Timóteo
(2 Tim 4,6-8.17-18)
Caríssimo: Eu já estou a ser oferecido em sacrifício, e o momento da minha morte está iminente. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Daqui em diante, está-me reservada a coroa da justiça, que o Senhor, o justo Juiz, me dará no dia do juízo; e não só a mim, mas também a todos aqueles que tiverem esperado com amor a Sua manifestação. Apressa-te a vir ter comigo sem demora. O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todos os pagãos a ouvissem. E eu fui libertado da boca do leão. O Senhor me há de livrar de toda a ação perversa e me levará são e salvo ao Seu Reino celeste. Glória a Ele por todo o sempre. Amen.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 16,13-19)
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e fez aos discípulos esta pergunta: «Quem dizem as pessoas que é o Filho do Homem?» Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou um dos profetas». Jesus replicou-lhes: «E quem dizeis vós que Eu sou?» Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse-Lhe: «Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo!». Jesus respondeu-lhe: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim Meu Pai que está nos Céus. E Eu também te digo a ti: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja, e as forças do Inferno não levarão a melhor contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra ficará ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra ficará desligado nos Céus».


BOA NOTÍCIA
Pedro e Paulo
No próximo domingo, dia 29, a Igreja celebra com solenidade as suas duas grandes “colunas”: os apóstolos Pedro e Paulo. Dois santos que, apesar da fé e do martírio que os une, não poderiam ser mais diferentes.

Diferentes pela proveniência: um nasceu na pequena aldeia de Betsaida, na periferia da antiga Palestina; o outro, na grande cidade cosmopolita de Tarso e cresceu em Jerusalém.

Diferentes pela formação: um era um simples pescador, provavelmente analfabeto; o outro era um fino intelectual, formado na escola do grande rabino Gamaliel.

Diferentes pela vocação: Pedro foi chamado por Jesus e escolhido como chefe dos Doze Apóstolos; Paulo, inicialmente perseguidor dos cristãos, converteu-se a caminho de Damasco, tornando-se depois o grande promotor da expansão missionária.

E a Bíblia não esconde os momentos de tensão e as ocasiões em que Pedro e Paulo discutiram, enquanto procuravam juntos a melhor estrada para a Igreja de Cristo.

Figuras muito diferentes pelo temperamento e pela cultura, viveram, contudo, sempre irmanados pela mesma fé e pelo mesmo amor a Cristo. Pedro, na sua maravilhosa profissão de fé, exclamou: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». E no seu amor pelo Mestre, disse: «Senhor, Tu sabes que eu Te amo». Paulo, por seu lado, afirmou: «Eu sei em quem creio», ao mesmo tempo que descreveu assim a sua missão: «A minha vida é Cristo»!

E é esta união na diversidade que devemos respeitar e amar na nossa Igreja. Apesar das grandes diferenças, Pedro e Paulo respeitavam-se e amavam-se no Senhor, e cada um sabia que a missão e responsabilidades do outro eram vitais para a edificação da única Igreja e o anúncio da verdadeira Fé.

P. Carlos Caetano
in LusoJornal 25.06.2014



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