quarta-feira, 10 de setembro de 2014

FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ - 14 de Setembro

Leitura do Livro dos Números
(Nm 21, 4b-9)
Naqueles dias, o povo de Israel impacientou-se e falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizeste sair do Egipto, para morrermos neste deserto? Aqui não há pão nem água e já nos causa fastio este alimento miserável». Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que mordiam nas pessoas e morreu muita gente de Israel. O povo dirigiu-se a Moisés, dizendo: «Pecámos, ao falar contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor, para que afaste de nós as serpentes».E Moisés intercedeu pelo povo. Então o Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre um poste. Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado». Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a num poste. Quando alguém, era mordido por uma serpente,olhava para a serpente de bronze e ficava curado.


SALMO 77 (78), 1-2. 34-35. 36-37. 38 (R.cf. 7c)
Refrão: Não esqueçais as obras do Senhor.

Escuta, meu povo, a minha instrução,
presta ouvidos às palavras da minha boca.
Vou falar em forma de provérbio,
vou revelar os mistérios dos tempos antigos.

Quando Deus castigava os antigos,
eles O procuravam,
tornavam a voltar-se para Ele
e recordavam-se de que Deus era o seu protector,
o Altíssimo o seu redentor.

Eles, porém, enganavam-n’O com a boca
e mentiam-Lhe com a língua;
o seu coração não era sincero,
nem eram fiéis à sua aliança.

Mas Deus, compadecido, perdoava o pecado
e não os exterminava.
Muitas vezes reprimia a sua cólera
e não executava toda a sua ira.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
(Filip 2, 6-11)
Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor,para glória de Deus Pai.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 3, 13-17)
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Ninguém subiu ao Céu senão Aquele que desceu do Céu: o Filho do homem. Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele».


BOA NOTÍCIA
Exaltar?
A festa da exaltação da Santa Cruz, quando ocorre num Domingo, é uma das raras celebrações que substitui a liturgia dominical. Apesar de uma difusa tradição que reconhece nesta data (14 de Setembro) o aniversário da descoberta da cruz de Cristo em Jerusalém por parte de santa Helena, mãe do imperador Constantino, a origem desta festa deve-se a dois eventos distantes entre eles no tempo: a inauguração da Basílica do Santo Sepulcro no ano 325 e a vitória sobre os persas em 628, que permitiu recuperar a relíquia da cruz, perdida desde a invasão de Jerusalém no ano 614.

Mas hoje, que sentido tem exaltar “a Cruz”, no fundo, um instrumento de sofrimento e de morte?

Não é raro ouvirmos na igreja que «a Cruz é a Salvação», mas não nos podemos contentar com uma “frase feita” se não somos capazes de a entender. O que é que nos salva? A morte? O sofrimento? Não. Deus não quer o sofrimento. Temos de lutar contra esta visão masoquista que leva algumas pessoas a procurar dores e penitências inúteis e que é uma grave deturpação da fé cristã!

A salvação não vem pela morte de Cristo, mas pelo amor implícito naquela vida que se doa completamente. Não é a Santa Cruz que nos salva, mas sim o amor, o perdão (a santidade!) testemunhados no monte Calvário. Qualquer pessoa pode dizer «Amo-te!», mas o amor – para ser real – tem que se traduzir em gestos concretos. O amor é vida que se doa! Essa doação pode não exigir o sacrifício supremo, mas pede sempre um pouco de nós, do nosso tempo. Até mesmo meia hora de visita a um doente, ou um serão a escutar um desabafo, podem ser pequenos gestos de amor, pois são vida doada, são amor partilhado e são verdadeiras sementes de salvação.

P. Carlos Caetano
in LusoJornal 10.09.2014



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