sexta-feira, 7 de junho de 2019

SOLENIDADE DE PENTECOSTES (ano C)

Leitura dos Actos dos Apóstolos
(At 2, 1-11)
Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem. Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua. Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar? Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».
 
 
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 103 (104)
Refrão: Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a face da terra.
 
Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor, meu Deus, como sois grande!
Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
A terra está cheia das vossas criaturas.
 
Se lhes tirais o alento, morrem
e voltam ao pó donde vieram.
Se mandais o vosso Espírito, retomam a vida
e renovais a face da terra.
 
Glória a deus para sempre!
Rejubile o Senhor nas suas obras.
Grato Lhe seja o meu canto
e eu terei alegria no Senhor.
 
 
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
(Rom 8, 8-17)
Irmãos: Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito, se é verdade que o Espírito de Deus habita em vós. Mas se alguém não tem o Espírito de Cristo, não Lhe pertence. Se Cristo está em vós, embora o vosso corpo seja mortal por causa do pecado, o espírito permanece vivo por causa da justiça. E se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós. Assim, irmãos, já não somos devedores à carne, para vivermos segundo a carne. Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se pelo espírito fizerdes morrer as obras da carne, vivereis. Porque todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão para recair no temor, mas o Espírito de adopção filial, pelo qual exclamamos: «Abá, Pai». O próprio Espírito Santo dá testemunho, em união com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus. Se somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo; Se sofrermos com Ele, também com Ele seremos glorificados.
 
 
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 14, 15-16.23a-26)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco. Quem Me ama guardará a minha palavra, e meu Pai o amará; Nós viremos a Ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai, que Me enviou. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse».


BOA NOTÍCIA
Ninguém é estrangeiro.
Há já muitos anos que a Peregrinação Nacional dos Migrantes Portugueses a Lourdes é organizada durante o fim-de-semana de Pentecostes. Dentro de poucos dias, milhares de portugueses rumarão até aos Altos Pirenéus e testemunharão o seu carinho e a sua devoção a Nossa Senhora. Mas os peregrinos portugueses não serão os únicos a visitar aquele lugar sagrado. No próximo domingo, a famosa Basílica subterrânea assemelhar-se-á um pouco à praça de Jerusalém na manhã de Pentecostes. Talvez não tenhamos a presença de habitantes da Mesopotâmia, da Judeia ou da Capadócia, mas fiéis de inúmeras nacionalidades reunir-se-ão junto ao altar-mor para celebrar a Eucaristia e agradecer a Deus o dom do Espírito Santo.

A Igreja Católica é uma comunidade multicultural e plurilingue! Graças ao fenómeno migratório, cada vez mais paróquias se deparam com a realidade concreta de uma assembleia heterogénea: onde antigamente preponderava uma única cultura, língua e sensibilidade religiosa, agora vemos uma variedade colorida de tradições e costumes, emblema do anunciado renovamento da face da terra.

Porém, o caminho da comunhão na diversidade não é isento de tensões e dificuldades. Por vezes, preconceitos e temores levam alguns a gritar «a igreja é nossa!» ou «nós estávamos aqui primeiro!». Estas frases não são apenas xenófobas: são anti-evangélicas; anti-cristãs.

A solenidade de Pentecostes recorda-nos que a união de todos os povos em Cristo faz parte da missão do Espírito Santo. Recorda-nos que somos chamados a construir pontes; não a levantar muros! Recorda-nos que na Igreja ninguém é estrangeiro, pois todos somos filhos e filhas de Deus.

P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2019.06.07 






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