sexta-feira, 13 de agosto de 2021

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA

Leitura do Apocalipse de São João
(Ap 11,19a;12,1-6a.10ab)
O templo de Deus abriu-se no Céu e a arca da aliança foi vista no seu templo. Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava para ser mãe e gritava com as dores e ânsias da maternidade. E apareceu no Céu outro sinal: um enorme dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas. A cauda arrastava um terço das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra. O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe, para lhe devorar o filho, logo que nascesse. Ela teve um filho varão, que há-de reger todas as nações com ceptro de ferro. O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. E ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o domínio do seu Ungido».
 
 
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 44 (45)
Refrão: À vossa direita, Senhor, a Rainha do Céu, ornada do ouro mais fino.
 
Ouve, minha filha, vê e presta atenção,
esquece o teu povo e a casa de teu pai.
 
Da tua beleza se enamora o Rei;
Ele é o teu Senhor, presta-Lhe homenagem.
 
Cheias de entusiasmo e alegria,
entram no palácio do Rei.
 
 
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
(1 Cor 15,20-27)
Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos; porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder. É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte, porque Deus tudo colocou debaixo dos seus pés. Mas quando se diz que tudo Lhe está submetido é claro que se exceptua Aquele que Lhe submeteu todas as coisas.
 
 
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 1,39-56)
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». Maria disse então:
 
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre».
 
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.
 
 
BOA NOTÍCIA
«Sinal de consolação e esperança»
No próximo domingo, dia 15, celebramos a Assunção da Virgem Santa Maria. É uma festa muito antiga (celebrada no oriente já no início do século V) e no entanto, é extremamente difícil descrevê-la. Em Novembro de 1950, o papa Pio XII definiu desta forma o mistério que celebramos nesta solenidade: «a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial».
 
A Igreja afirma esta realidade, este dogma, desta forma e depois faz silêncio.
Este milagre aconteceu como? Onde? Quando?
Não sabemos.
 
Durante a Santa Missa, escutaremos no Prefácio (antes do cântico do “Sanctus”) que Maria :
« (…) é a aurora e a imagem da Igreja triunfante,
ela é sinal de consolação e esperança
para o vosso povo peregrino.
Vós [Deus Pai] não quisestes que sofresse a corrupção do túmulo
Aquela que gerou e deu à luz o Autor da vida»
 
Eu acrescento: Maria é a primeira dos ressuscitados; a primeira a ter conhecido a totalidade do destino de cada homem. A Assunção da Virgem Santa Maria é a festa de todos os discípulos que caminham com dificuldade, como se a Igreja nos quisesse mostrar a meta, o ponto de chegada, o pico que queremos alcançar. Esta solenidade é uma verdadeira graça, que acolhemos com alegria, principalmente neste período marcado por tantas incertezas, angústias e preocupações.
 
Possa esta festa recordar-nos que, no final dos nossos dias, «terminado o curso da vida terrestre», Deus Pai, cuja «misericórdia se estende de geração em geração», não esquecerá os seus filhos.
E a morte - inevitável e incontornável - não terá a última palavra.
 
P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2021.08.13



 

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