sábado, 15 de agosto de 2009

XX DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano B)



Leitura do Livro dos Provérbios
(Prov 9,1-6)
A Sabedoria edificou a sua casa e levantou sete colunas. Abateu os seus animais, preparou o vinho e pôs a mesa. Enviou as suas servas a proclamar nos pontos mais altos da cidade: «Quem é inexperiente venha por aqui». E aos insensatos ela diz: «Vinde comer do meu pão e beber do vinho que vos preparei. Deixai a insensatez e vivereis; segui o caminho da prudência».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 33 (34)

Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom.

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

Temei o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.

Vinde, filhos, escutai-me,
vou ensinar-vos o temor do Senhor.
Qual é o homem que ama a vida,
que deseja longos dias de felicidade?

Guarda do mal a tua língua
e da mentira os teus lábios.
Evita o mal e faz o bem,
procura a paz e segue os seus passos.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
(Ef 5,15-20)
Irmãos: Vede bem como procedeis. Não vivais como insensatos, mas como pessoas inteligentes. Aproveitai bem o tempo, porque os dias que correm são maus. Por isso não sejais irreflectidos, mas procurai compreender qual é a vontade do Senhor. Não vos embriagueis com o vinho, que é causa de luxúria, mas enchei-vos do Espírito Santo, recitando entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e salmodiando em vossos corações, dando graças, por tudo e em todo o tempo, a Deus Pai, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 6,51-58)
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é minha carne, que Eu darei pela vida do mundo». Os judeus discutiam entre si: «Como pode ele dar-nos a sua carne a comer?» E Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente».


O PÃO PARA O CAMINHO
Este Domingo escutamos mais uma passagem do longo discurso sobre o “pão que desceu do céu para dar vida ao mundo”. Neste trecho, no entanto, Jesus vai um pouco mais além: convida os seus interlocutores a comer a sua carne e a beber o seu sangue.

Quando Jesus Se apresentou como “pão vivo”, os judeus entenderam que Jesus pretendia ser uma espécie de “mestre de sabedoria” que trazia aos homens palavras de Deus (também isso, eles tinham dificuldade em aceitar, mas pelo menos, entendiam aonde Ele queria chegar)… Mas agora Jesus fala em “comer” a sua carne. O que significam as suas palavras? São palavras difíceis de entender se não nos colocarmos numa perspectiva eucarística; se não tivermos em consideração a celebração e o significado da Eucaristia.

A palavra “carne” (em grego, “sarx”) designa a realidade física do homem, na sua condição débil, transitória e caduca. Ora, foi precisamente nessa “carne” (isto é, no corpo físico de Jesus) que se manifestou, em gestos concretos, a Sua doação e o Seu amor até ao extremo.

Participar no encontro eucarístico é encontrar-se, hoje, com esse Cristo que tornou presente na sua pessoa física (na sua “carne”) uma vida feita de amor, partilha, entrega, até ao dom total de si mesmo na cruz. “Comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus, é acolher, assimilar e interiorizar essa proposta de vida; aceitar que ela é um caminho para a felicidade, para a realização plena do homem, para a vida definitiva.

Uma Eucaristia bem vivida transforma-se numa experiência profunda de adesão a Cristo e ao seu projecto. Dela resultará o imperativo de uma entrega semelhante à Sua em favor dos nossos irmãos e da construção de um mundo novo. Temos de lutar, como Jesus, contra a injustiça, o egoísmo, a opressão, o pecado; esforçarmo-nos por eliminar tudo o que desfeia o mundo e causa sofrimento e morte; construir, como Jesus, um mundo de liberdade, de amor e de paz; testemunhar, como Ele fez, que a vida verdadeira é aquela que se faz amor, serviço, partilha e doação até às últimas consequências.


(Tenham uma boa semana!)


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