sexta-feira, 18 de junho de 2010

XII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano C)



Leitura da Profecia de Zacarias
(Zac 12,10-11;13,1)
Eis o que diz o Senhor: «Sobre a casa de David e os habitantes de Jerusalém derramarei um espírito de piedade e de súplica. Ao olhar para Mim, a quem trespassaram, lamentar-se-ão como se lamenta um filho único, chorarão como se chora o primogénito. Naquele dia, haverá grande pranto em Jerusalém, como houve em Hadad-Rimon, na planície de Megido. Naquele dia, jorrará uma nascente para a casa de David e para os habitantes de Jarusalém, a fim de lavar o pecado e a impureza.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 62 (63)
Refrão: A minha alma tem sede de Vós, meu Deus.

Senhor, sois o meu Deus: desde a autora Vos procuro.
A minha alma tem sede de Vós.
Por Vós suspiro,
como terra árida, sequiosa, sem água.

Quero contemplar-Vos no santuário,
para ver o vosso poder e a vossa glória.
A vossa graça vale mais que a vida:
por isso os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores.

Assim Vos bendirei toda a minha vida
e em vosso louvor levantarei as mãos.
Serei saciado com saborosos manjares
e com vozes de júbilo Vos louvarei.

Porque Vos tornastes o meu refúgio,
exulto à sombra das vossas asas.
Unido a Vós estou, Senhor,
a vossa mão me serve de amparo.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas
(Gal 3,26-29)
Irmãos: Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque todos vós, que fostes baptizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; todos vós sois um só em Cristo Jesus. Mas, se pertenceis a Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» Eles responderam: «Uns, João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».


MISSA DE 7º DIA
Lembro-me de uma vez ter enviado uma carta aqui de Itália e, por estar cheio de pressa, apenas ter escrito no envelope três coisas: «sr. Prior, Peniche, Portugal». “P...”, “p...”, “p...” e a carta chegou ao seu destino. O carteiro não necessitou de outros elementos, pois durante mais de sessenta anos, aqueles três indícios podiam indicar apenas uma pessoa: monsenhor Manuel Bastos, pároco de Peniche desde 1947.

O comentário de hoje vai ser um pouco diferente, pois na semana passada, este santo sacerdote partiu para a Casa do Pai. Neste sábado, em que celebramos a missa de 7º dia, queria partilhar algumas recordações e outras coisas que durante estes dias andaram na minha cabeça e no meu coração.

A morte do “sr. Prior” não foi uma surpresa. Mas apesar de anunciada e esperada, a notícia do seu falecimento foi dura de ouvir e deixou muitos penicheiros com uma estranha sensação de orfandade. Órfãos, porque embora faltasse o laço de sangue, outros laços bem fortes se tinham criado em seis décadas de serviço incansável e doação paterna à comunidade de Peniche.

Como era de esperar, à medida que a notícia da sua morte se divulgava, algumas pessoas tentaram elaborar pequenas biografias que enumerassem os encargos e obras mais salientes que caracterizaram os 62 anos de vida sacerdotal de monsenhor Bastos. Uma empresa difícil, pois nenhum rol de datas e feitos poderá fazer justiça e realmente descrever o que foi o empenho a 360º deste pároco, que influenciou de uma forma tão singular o caminho religioso, social, cultural e (até) desportivo de três gerações de penicheiros.

E por falar em penicheiros, queria oferecer àqueles que seguem este blog uma foto (e muitos já ma pediram!). Foi tirada o ano passado, depois da missa na igreja da Ajuda que encerrou a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, quando numa ocasião única, se conseguiram juntar para almoçar, todos os padres da nossa terra: o antigo prior, o novo prior e os cinco padres que Peniche deu à Igreja. Para mim é uma foto muito especial, não só porque me traz à memória um momento feliz, mas também, porque me recorda o quanto pode ser “fecunda” a vida de um sacerdote. Uma riqueza que, no caso do padre Bastos, se vê não apenas nos rapazes da paróquia que decidiram entrar no seminário, mas também em todos os leigos (homens e mulheres, casais, jovens, crianças e idosos) que se deixaram contagiar pelo seu testemunho corajoso de fé. E foram muitos. Somos muitos.

Durante os seus longos, longos anos de vida sacerdotal, o nosso querido sr. Prior deve ter meditado muitas vezes a página do Evangelho de Lucas que encontramos na liturgia deste domingo. Muitas vezes ele deve ter lido estas palavras que Jesus diz aos seus discípulos: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».

Ele leu e confiou. E o Senhor não o desiludiu.

Vele por nós sr. Prior e até um dia, quando nos encontrarmos na Casa do Pai.


(Para verem a foto, basta clicar AQUI)


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2 comentários:

Milita Chaves disse...

P.Carlos. Gostei muito do comentário que fizeste ao nosso Sr. Prior que já se encontra na casa do Pai. É tal e qual como dizes. Não só os carteiros o conheciam como todo o povo de Peniche. Ficámos a dever-lhe muito. Agora junto do Pai tenho a certeza que vela por todos nós. Gostei muito da foto que já a guardei. Um beijinho da Milita Chaves

Ângela Laranjeira Mota disse...

Padre Carlos os familiares do Sr.Prior agradecem as palavras de carinho que demonstram tão bem o seu familiar. Quanto a mim aproveito (embora não ligada directamente à familia) para dizer que é pena que os seus testemunhos não cheguem a todos os que de algum modo estavam ligados ao Sr. Prior, pois eram palavras como estas que eu esperava ouvir na sua missa de 7º dia (o que não aconteceu).Obrigada.

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