sábado, 13 de novembro de 2010

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano C)



Leitura da Profecia de Malaquias
(Mal 4,1-2)
Há-de vir o dia do Senhor, ardente como uma fornalha; e serão como a palha todos os soberbos e malfeitores. O dia que há-de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo – e não lhes deixará raiz nem ramos. Mas para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 97 (98)
Refrão : O Senhor virá governar com justiça.

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.

Ressoe o mar e tudo o que ele encerra,
a terra inteira e tudo o que nela habita;
aplaudam os rios
e as montanhas exultem de alegria.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra;
julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.


Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
(2Tes 3, 7-12)
Irmãos: Vós sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos entre vós desordenadamente, nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos ser para vós exemplo a imitar. Quando ainda estávamos convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer. Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem trabalho algum, mas ocupados em futilidades. A esses ordenamos e recomendamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem tranquilamente, para ganharem o pão que comem.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 21,5-19)
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-lhe: «Mestre, quando sucederá isso? Que sinal haverá de que está para acontecer?» Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: “sou eu”; e ainda: “O tempo está próximo”. Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu. Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas.


HÃO-DE PERSEGUIR-VOS
O Evangelho deste domingo faz parte dos famosos discursos sobre o “fim do tempos” que encontramos normalmente nas últimas celebrações do ano litúrgico (de facto, está já à porta o novo ciclo de leituras - ano A - , que começa no dia 28, com o primeiro domingo do tempo do Advento). Já aqui falámos uma vez do género literário apocalíptico e de como estes textos, apesar das imagens espectaculares e aterradoras que frequentemente utilizam, normalmente procuram veicular uma mensagem de esperança (se não se lembram desse comentário, basta clicar aqui). O Evangelho de hoje insere-se plenamente nesse filão: é um convite a não perder nunca a coragem e a esperança, mesmo nos momentos mais difíceis da nossa vida, porque «nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá».

Porém, apesar do género literário utilizado, o discurso de Jesus não pode ser considerado puramente metafórico ou simbólico. As perseguições foram (são...) uma realidade terrível. Os primeiros três séculos de história da Igreja foram caracterizados por violentas acções repressivas, promovidas pelas autoridades oficiais e responsáveis pelo martírio cruento de milhares de cristãos. Na verdade, o capítulo das perseguições não terminou com a queda do império romano. Nos últimos séculos, em vários pontos do globo, milhares de cristãos foram perseguidos e assassinados por diversos grupos religiosos, incluindo extremistas muçulmanos e hindus, e por Estados ateístas como a União Soviética e a República Popular da China. O caso mais recente ocorreu há apenas duas semanas, quando um comando armado, no dia 31 de Outubro, tomou de assalto uma igreja cristã em Bagdade e assassinou 57 fiéis que participavam na celebração da eucaristia.

Para mim e para a maioria das pessoas que, diante do próprio computador, lêem o Evangelho deste domingo, as palavras de Jesus provavelmente soam simbólicas e distantes da nossa realidade, mas não nos esqueçamos que, infelizmente, neste preciso momento, vários nossos irmãos e irmãs vivem a assustadora realidade descrita por Jesus. Sofrem entre «guerras e revoltas», «fomes e epidemias» e são «perseguidos e entregues às prisões». Rezemos por todos eles. Para que a paz volte às suas terras e para que, fiéis à própria fé, consigam testemunhar o amor e perdoar aqueles que os perseguem.



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2 comentários:

Padre Leo disse...

Caro Padre Carlos, mais uma vez, cumprimentos pelo teu comentário. Aproveito para te desejar que, pelo Espírito Santo, tenhas sempre sabedoria, dom de palavra e entendimento para anunciar a Boa Nova, e não só, que os teus estudos sejam proveitosos para a Nossa Família Scalabriniana, que tanto amamos e que tanto bem nos fez. Recebe a minha bênção sacerdotal + bem hajas

SALENTO disse...

Olà P. Carlos, nós fomos à missa em roma e houve duas coisas que gostei, e aqui vai:

No fim das intenções:
O Dio nostro Padre, che puoi molto più di quanto osiamo chiedere e sperare, guara il volto del tuo Cristo, che prega per noi come nostro Sacerdote e prega in noi come nostro Capo.
Egli vive e regna nei secoli dei secoli.

Un pensiero:

O Signore, fa che impariamo a vivere nella semplicità e nell'umiltà. Insegnaci la vera sapienza del cuore che ci permetta di riconoscere la nostra condizione di peccatori bisognosi del tuo perdono.
Non lasciare che ci chiudiamo in noi stessi e giudichiamo gli altri con il nostro metro.

Un abbraccio di noi due, e boa noite

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