quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

VII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano B)


Leitura do Livro de Isaías
(Is 43,18-19.21-22.24b-25)
Eis o que diz o Senhor: «Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas. Eu vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não o vedes? Vou abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida. O povo que formei para Mim proclamará os meus louvores. Mas tu não Me chamaste, Jacob, não te preocupaste Comigo, Israel. Pelo contrário, obrigaste-Me a suportar os teus pecados, cansaste-Me com as tuas iniquidades. Sou Eu, sou Eu que, em atenção a Mim, tenho de apagar as tuas transgressões e não mais recordar as tuas faltas».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 40 (41)
Refrão: Salvai-me, Senhor, porque pequei contra Vós.

Feliz daquele que pensa no pobre:
no dia da desgraça o Senhor o salvará.
O Senhor lhe concederá protecção e vida, fá-lo-á ditoso na terra
e não o abandonará ao ódio dos seus inimigos.

No leito do sofrimento o Senhor o assistirá
e na doença o aliviará.
Eu digo: Senhor, tende piedade de mim,
curai-me, pois pequei contra Vós.

Vós me conservareis são e salvo
e em vossa presença me estabelecereis para sempre.
Bendito seja o Senhor, Deus de Israel,
desde agora e para sempre. Amen.


Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
2 Cor 1,18-22
Irmãos: Deus é testemunha fiel de que a nossa linguagem convosco não é sim e não. Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo, que nós pregamos entre vós – eu, Silvano e Timóteo – não foi sim e não, mas foi sempre um sim. Todas as promessas de Deus são um sim em seu Filho. É por Ele que nós dizemos ‘Amen’ a Deus para sua glória. Quem nos confirma em Cristo – a nós e a vós – é Deus. Foi Ele que nos concedeu a unção, nos marcou com o seu sinal e imprimiu em nossos corações o penhor do Espírito.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 2,1-12)
Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaum e se soube que Ele estava em casa, juntaram-se tantas pessoas que já não cabiam sequer em frente da porta; e Jesus começou a pregar-lhes a palavra. Trouxeram-Lhe um paralítico, transportado por quatro homens; e, como não podiam levá-lo até junto d’Ele, devido à multidão, descobriram o tecto por cima do lugar onde Ele Se encontrava e, feita assim uma abertura, desceram a enxerga em que jazia o paralítico. Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados». Estavam ali sentados alguns escribas, que assim discorriam em seus corações: «Porque fala Ele deste modo? Está a blasfemar. Não é só Deus que pode perdoar os pecados?» Jesus, percebendo o que eles estavam a pensar, perguntou-lhes: «Porque pensais assim nos vossos corações? Que é mais fácil? Dizer ao paralítico ‘Os teus pecados estão perdoados’ ou dizer ‘Levanta-te, toma a tua enxerga e anda’? Pois bem. Para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, ‘Eu to ordeno – disse Ele ao paralítico – levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa’». O homem levantou-se, tomou a enxerga e saiu diante de toda a gente, de modo que todos ficaram maravilhados e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim».


BOA NOTÍCIA
Culpas e desculpas
No próximo domingo, dia 19, somos convidados a meditar o delicado tema do pecado e da culpa, pois o Evangelho descreve-nos um episódio em que Jesus, escandalizando alguns escribas, diz a um jovem paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados».

Mas hoje, ainda há alguém que peque? Quantas confissões começam mais ou menos assim: «Não sei o que dizer. Nunca matei… nunca roubei…». Actualmente, é difícil que alguém se sinta em culpa, pois tudo se justifica! Basta dizer «sou assim» ou «foram os outros que me provocaram»! E com as fórmulas mágicas do «não sou o único» e «todos fazem o mesmo», não há peso que não se tire da consciência. O pecado, hoje em dia, só existe nos outros, porque pessoalmente perdoamo-nos, justificamo-nos e absolvemo-nos num piscar de olhos.

Podemos sempre encontrar mil desculpas infantis. Podemos consolar-nos comparando as nossas vidas com as vidas de assassinos e ladrões. Mas não seria melhor se nos deixássemos inspirar pelas pessoas que são mais generosas, corajosas e honestas do que nós? Se nos comparássemos, por exemplo, com santos e heróis? E tentássemos imitar os seus bons exemplos? Dá mais trabalho, mas é bem melhor. Porquê? Porque a realidade do pecado não é a transgressão de regras impostas por um Deus severo que limita a nossa liberdade. O pecado é tudo aquilo que na minha vida me impede de ser a obra-prima que posso ser, que Deus quer que eu seja. O pecado é mau, porque é mau para mim. Porque me limita, deforma e impede de ser tudo aquilo de bom que posso ser. Não pecar é o melhor que posso fazer. A mim e aos outros.

P. Carlos Caetano

in LusoJornal 15.02.2012



.

Sem comentários:

Arquivo do blogue