terça-feira, 17 de julho de 2012

XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano B)

Leitura do Livro de Jeremias
(Jer 23,1-6)
Diz o Senhor: «Ai dos pastores que perdem e dispersam as ovelhas do meu rebanho!» Por isso, assim fala o Senhor, Deus de Israel, aos pastores que apascentam o meu povo: «Dispersastes as minhas ovelhas e as escorraçastes, sem terdes cuidado delas. Vou ocupar-Me de vós e castigar-vos, pedir-vos contas das vossas más acções - oráculo do Senhor. Eu mesmo reunirei o resto das minhas ovelhas de todas as terras onde se dispersaram e as farei voltar às suas pastagens, para que cresçam e se multipliquem. Dar-lhes-ei pastores que as apascentem e não mais terão medo nem sobressalto; nem se perderá nenhuma delas – oráculo do Senhor. Dias virão, diz o Senhor, em que farei surgir para David um rebento justo. Será um verdadeiro rei e governará com sabedoria; há-de exercer no país o direito e a justiça. Nos seus dias, Judá será salvo e Israel viverá em segurança. Este será o seu nome: ‘O Senhor é a nossa justiça’».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 22 (23)
Refrão: O Senhor é meu pastor: nada me faltará.

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
(Ef 2,13-18)
Irmãos: Foi em Cristo Jesus que vós, outrora longe de Deus, vos aproximastes d’Ele, graças ao sangue de Cristo. Cristo é, de facto, a nossa paz. Foi Ele que fez de judeus e gregos um só povo e derrubou o muro da inimizade que os separava, anulando, pela imolação do seu corpo, a Lei de Moisés com as suas prescrições e decretos. E assim, de uns e outros, Ele fez em Si próprio um só homem novo, estabelecendo a paz. Pela cruz reconciliou com Deus uns e outros, reunidos num só Corpo, levando em Si próprio a morte á inimizade. Cristo veio anunciar a boa nova da paz, paz para vós, que estáveis longe, e paz para aqueles que estavam perto. Por Ele, uns e outros podemos aproximar-nos do Pai, num só Espírito.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 6,30-34)
Naquele tempo, os Apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Então Jesus disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer. Partiram, então, de barco para um lugar isolado, sem mais ninguém. Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam; e, de todas as cidades, acorreram a pé para aquele lugar e chegaram lá primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, que eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.


BOA NOTÍCIA
É tempo de descanso!
Se na semana passada escutávamos Jesus que enviava os seus discípulos em missão, o Evangelho deste domingo, por sua vez, apresenta-nos o regresso dos “enviados” (que é, como já aqui vimos, o significado da palavra “apóstolos”). A missão correu bem e os “apóstolos” estão entusiasmados, mas naturalmente cansados. Jesus diz-lhes então: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco».

Sabe bem escutar este convite feito por Jesus aos seus amigos e descobrir que o descanso merecido também é “evangélico”. O tempo do descanso não é diabólico e nem sequer desperdiçado, pois sem descanso não é possível viver bem. Aliás, este convite é quase um grito de alerta contra o activismo exagerado, que destrói as forças do corpo e do espírito e pode levar sacerdotes e leigos a perder o sentido da missão.

O convite de Jesus recorda-me também este magnífico hino que encontramos no terceiro capítulo do livro do Eclesiastes:

Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa:
tempo para nascer e tempo para morrer,
tempo para plantar e tempo para colher,
tempo para chorar e tempo para rir,
tempo para se lamentar e tempo para dançar,
tempo para abraçar e tempo para evitar o abraço,
tempo para guardar e tempo para atirar fora,
tempo para calar e tempo para falar
tempo para trabalhar e tempo para descansar.

É um hino (uma oração) que nos ensina que todas as coisas têm o seu tempo! Confesso-vos que o último verso é da minha autoria… mas digam-me lá: depois de escutarmos o convite feito por Jesus, não apetece mesmo acrescentá-lo?

Boas férias e bom descanso!

P. Carlos Caetano

in LusoJornal 18.07.2012


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