terça-feira, 24 de julho de 2012

XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano B)


Leitura do Segundo Livro dos Reis
(2 Re 4,42-44)
Naqueles dias, veio um homem da povoação de Baal-Salisa e trouxe a Eliseu, o homem de Deus, pão feito com os primeiros frutos da colheita. Eram vinte pães de cevada e trigo novo no seu alforge. Eliseu disse: «Dá-os a comer a essa gente». O servo respondeu: «Como posso com isto dar de comer a cem pessoas?» Eliseu insistiu: «Dá-os a comer a essa gente, porque assim fala o Senhor: ‘Comerão e ainda há-de sobrar’». Deu-lhos e eles comeram, e ainda sobrou, segundo a palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 144 (145)
Refrão: Abris, Senhor, as vossas mãos e saciais a nossa fome.

Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturase
bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos.

Todos têm os olhos postos em Vós,
e a seu tempo lhes dais o alimento.
Abris as vossas mãos
e todos saciais generosamente.

O Senhor é justo em todos os seus caminhos
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
(Ef 4,1-6)
Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados: procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos outros com caridade; empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança na vida a que fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua em todos e em todos Se encontra.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 6,1-5)
Naquele tempo, Jesus partiu para o outro lado do mar da Galileia, ou de Tiberíades. Seguia-O numerosa multidão, por ver os milagres que Ele realizava nos doentes. Jesus subiu a um monte e sentou-Se aí com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?» Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Respondeu-Lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um». Disse-Lhe um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» Jesus respondeu: «Mandai sentar essa gente». Havia muita erva naquele lugar e os homens sentaram-se em número de uns cinco mil. Então, Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes; E comeram quanto quiseram. Quando ficaram saciados, Jesus disse aos discípulos: «Recolhei os bocados que sobraram, para que nada se perca». Recolheram-nos e encheram doze cestos com os bocados dos cinco pães de cevada que sobraram aos que tinham comido. Quando viram o milagre que Jesus fizera, aqueles homens começaram a dizer: «Este é, na verdade, o Profeta que estava para vir ao mundo». Mas Jesus, sabendo que viriam buscá-l’O para O fazerem rei, retirou-Se novamente, sozinho, para o monte.


BOA NOTÍCIA
Basta pouco…
Provavelmente nem notámos, mas o anónimo “rapazito”que encontramos no evangelho deste Domingo é essencial para o milagre de Jesus e um elemento fundamental para a catequese que Ele quer comunicar aos seus discípulos.

João diz-nos claramente que Jesus começa por “provocar” os Doze, testando-os com perguntas que roçam a insensatez e que levam Filipe e André a declarar abertamente a insuficiência que sentem diante das necessidades daquela multidão. «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» Não sabemos quando ou como André notou a presença (e o farnel!) deste jovem rapaz. Talvez tenha sido ele mesmo, ao ouvir a pergunta de Jesus, que resolveu aproximar-se do discípulo, para colocar a sua merenda à disposição do Mestre…

Jesus aguardava este gesto de generosidade: o milagre dos pães transforma-se agora numa ocasião única para catequizar as gentes que O seguiam. Para saciar aquela multidão “bastaria” transformar as pedras em pães. Felizmente, esse não é o estilo do Pai. Ele não quer substituir os homens, mas pede a nossa colaboração e fé. Ele quer “multiplicar”! É esse o milagre. Sem o nosso pequeno contributo a acção de Deus é inútil. Ainda que multiplicássemos mil vezes o numero zero, o resultado seria sempre igual: nada…

Muitas vezes sentimos que os nosso talentos são “coisa pouca”; que diante das necessidades do mundo não temos quase nada para oferecer. Não importa: coloquemos nas mãos de Deus aquele pouco que temos (aquele pouco que somos) e Ele multiplicará os nossos esforços e cobrirá as nossas carências. Apesar de pequenos, podemos fazer grandes coisas se, com confiança e generosidade, colocarmos nas mãos de Deus a nossa “merenda”.

P. Carlos Caetano


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