quarta-feira, 19 de setembro de 2012

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano B)


Leitura do Livro da Sabedoria
(Sab 2,12.17-20)
Disseram os ímpios: «Armemos ciladas ao justo, porque nos incomoda e se opõe às nossas obras; censura-nos as transgressões à lei e repreende-nos as faltas de educação. Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos como é a sua morte. Porque, se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das mãos dos seus adversários. Provemo-lo com ultrajes e torturas para conhecermos a sua mansidão e apreciarmos a sua paciência. Condenemo-lo à morte infame, porque, segundo diz, Alguém virá socorrê-lo.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 53 (54)
Refrão: O Senhor sustenta a minha vida.

Senhor, salvai-me pelo vosso nome,
pelo vosso poder fazei-me justiça.
Senhor, ouvi a minha oração,
atendei às palavras da minha boca.

Levantaram-se contra mim os arrogantes
e os violentos atentaram contra a minha vida.
Não têm a Deus na sua presença.

Deus vem em meu auxílio,
o Senhor sustenta a minha vida.
De bom grado oferecerei sacrifícios,
cantarei a glória do vosso nome, Senhor.


Leitura da Epístola de São Tiago
(Tiago 3,16-4,3)
Caríssimos: Onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más acções. Mas a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia. O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz. De onde vêm as guerras? De onde procedem os conflitos entre vós? Não é precisamente das paixões que lutam nos vossos membros? Cobiçais e nada conseguis: então assassinais. Sois invejosos e não podeis obter nada: então entrais em conflitos e guerras. Nada tendes, porque nada pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, pois o que pedis é para satisfazer as vossas paixões.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 9,30-37)
Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos caminhavam através da Galileia, mas Ele não queria que ninguém o soubesse; porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens e eles vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará». Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar. Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?» Eles ficaram calados, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior. Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos». E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes: «Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».


BOA NOTÍCIA
Quem é o maior?
No evangelho do próximo domingo, dia 23, encontramos os discípulos a discutirem «uns com os outros sobre qual deles era o maior»… e Jesus explica-lhes que «quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos».

Esta afirmação é uma autêntica revolução! Ensina-nos que a única grandeza é a de quem, com humildade e simplicidade, faz da própria vida um serviço aos irmãos! Na comunidade cristã, distinções baseadas no dinheiro, na beleza, na cultura ou na posição social não têm qualquer sentido. Jesus Cristo deseja uma Igreja de irmãos iguais em dignidade, a quem a comunidade confia serviços diversos em vista do bem de todos. Quando é que somos os “maiores”…? Quando é grande a nossa vontade de servir e de partilhar com os outros os dons que Deus nos concedeu.

Jesus completa a sua “lição” com um gesto: toma uma criança, coloca-a no meio do grupo, abraça-a e convida os discípulos (e nós também) a acolhermos as “crianças”, pois quem as acolhe, acolhe o próprio Jesus e acolhe o Pai. Na sociedade palestina de então, as crianças não tinham direitos e não contavam do ponto de vista legal (pelo menos enquanto não tivessem feito o “bar mitzvah”, a cerimónia que definia a pertença de um rapaz à comunidade do Povo de Deus). Eram, portanto, um símbolo dos débeis, dos indefesos, dos marginalizados. No contexto da conversa que Jesus está a ter com os discípulos, este gesto confirma a sua mensagem: somos os “maiores”, não quando temos poder ou autoridade sobre os outros, mas quando abraçamos, quando amamos, quando servimos os pequenos, os pobres, os marginalizados e todos aqueles que o mundo rejeita e abandona.

P. Carlos Caetano

in LusoJornal 19.09.2012



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