quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

2º DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano A)

Leitura do Livro de Isaías
(Is 49,3.5-6)
Disse-me o Senhor: «Tu és o meu servo, Israel, por quem manifestarei a minha glória». E agora o Senhor falou-me, Ele que me formou desde o seio materno, para fazer de mim o seu servo, a fim de lhe reconduzir Jacob e reunir Israel junto d’Ele. Eu tenho merecimento aos olhos do Senhor e Deus é a minha força. Ele disse-me então: «Não basta que sejas meu servo, para restaurares as tribos de Jacob e reconduzires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti a luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 39(40)
Refrão: Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.

Esperei no senhor com toda a confiança
e Ele atendeu-me.
Pôs em meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a vossa justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa fidelidade e salvação.


Início da primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
(1 Cor 1,1-3)
Irmãos: Paulo, por vontade de Deus escolhido para Apóstolo de Cristo Jesus e o irmão Sóstenes, à Igreja de Deus que está em Corinto, aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados à santidade, com todos os que invocam, em qualquer lugar, o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: A graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo estejam convosco.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 1,29-34)
Naquele tempo, João Baptista viu Jesus, que vinha ao seu encontro, e exclamou: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Era d’Ele que eu dizia: “Depois de mim virá um homem, que passou à minha frente, porque existia antes de mim”. Eu não O conhecia, mas para Ele Se manifestar a Israel é que eu vim baptizar em água». João deu mais este testemunho: «Eu vi o Espírito Santo descer do Céu como uma pomba e repousar sobre Ele. Eu não O conhecia, mas quem me enviou a baptizar em água é que me disse: “Aquele sobre quem vires o Espírito Santo descer e repousar é que baptiza no Espírito Santo”. Ora eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus».


BOA NOTÍCIA
Ele tira o pecado do mundo
Na semana passada celebrámos a Festa do Baptismo de Jesus e no próximo domingo, dia 19, o Evangelho propõe-nos o testemunho que João Baptista dá desse encontro com o jovem carpinteiro da Galileia: «Eu vi o Espírito Santo descer do Céu como uma pomba e permanecer sobre Ele. (…) Ora, eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus».

João diz também que Jesus é «o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo»… e esta afirmação pode facilmente baralhar-nos. Se a missão de Jesus era eliminar o pecado do mundo e todos podemos constatar que o mundo permanece impregnado de crimes e injustiças… então, Jesus falhou? Como podemos conciliar a afirmação de João Baptista com o triste quadro de guerras, egoísmo e corrupção que vemos diariamente?

Jesus veio para tirar (eliminar) o pecado do mundo. A palavra “pecado” aparece, aqui, no singular: não designa os “pecados” dos homens, mas um “Pecado” único que oprime a humanidade inteira. Esse pecado é a ignorância do verdadeiro rosto misericordioso do Pai, aliada à elaboração de horrendas caricaturas (de Deus, da Igreja, da felicidade) que afastam os homens da Verdade.

Deus propõe aos homens um Caminho de salvação, mas não impõe nada e respeita a liberdade das nossas opções. É preciso termos consciência de que a nossa humanidade implica um quadro de fragilidade e de limitação e que, portanto, o pecado vai fazer sempre parte da nossa experiência histórica. Mas a libertação plena e definitiva do pecado não é um sonho ingénuo pois, tal como nos ensina São Paulo: «Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido».

P. Carlos Caetano

in LusoJornal 15.01. 2014


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