quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR (ano A)

Leitura da Profecia de Malaquias
(Mal 3, 1-4)
Assim fala o Senhor: «Vou enviar o meu mensageiro, para preparar o caminho diante de Mim. Imediatamente entrará no seu templo o Senhor a quem buscais, o Anjo da Aliança por quem suspirais. Ele aí vem – diz o Senhor do Universo –. Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda, quem resistirá quando Ele aparecer? Ele é como o fogo do fundidor e como a lixívia dos lavandeiros. Sentar-Se-á para fundir e purificar: purificará os filhos de Levi, como se purifica o ouro e a prata, e eles serão para o Senhor os que apresentam a oblação segundo a justiça. Então a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.


SALMO RESPONSORIAL - Salmo 23 (24), 7.8.9.10 (R. 10b)
Refrão: O Senhor do Universo é o Rei da glória.

Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos,
e entrará o Rei da glória.

Quem é esse Rei da glória?
O Senhor forte e poderoso,
o Senhor poderoso nas batalhas.

Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos,
e entrará o Rei da glória.

Quem é esse Rei da glória?
O Senhor dos Exércitos,
é Ele o Rei da glória.


Leitura da Epístola aos Hebreus
(Heb 2, 14-18)
Uma vez que os filhos dos homens têm o mesmo sangue e a mesma carne, também Jesus participou igualmente da mesma natureza, para destruir, pela sua morte, aquele que tinha poder sobre a morte, isto é, o diabo, e libertar aqueles que estavam a vida inteira sujeitos à servidão, pelo temor da morte. Porque Ele não veio em auxílio dos Anjos, mas dos descendentes de Abraão. Por isso devia tornar-Se semelhante em tudo aos seus irmãos, para ser um sumo sacerdote misericordioso e fiel no serviço de Deus, e assim expiar os pecados do povo. De facto, porque Ele próprio foi provado pelo sofrimento, pode socorrer aqueles que sofrem provação.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 2, 22-40)
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:

«Agora, Senhor, segundo a vossa palavra,
deixareis ir em paz o vosso servo,
porque os meus olhos viram a vossa salvação,
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações
e glória de Israel, vosso povo».

O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; - e uma espada trespassará a tua alma - assim se revelarão os pensamentos de todos os corações». Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.


BOA NOTÍCIA
O Cântico de Simeão
No próximo domingo, dia 2, celebraremos a Festa da Apresentação do Senhor. Quarenta dias após o nascimento de Jesus, em obediência à lei de Moisés, Maria levou o menino ao templo, para que fosse consagrado a Deus. Aí encontrou um velhinho chamado Simeão, que ao ver a criança, não conseguiu conter a própria alegria!

Só Deus sabe o que terá pensado Maria quando Simeão, cheio de entusiasmo, pegou Jesus nos seus braços e começou a cantar. Será que se assustou? Eu imagino-a, com uma olhada discreta, a encorajar José para que retire o bebé das mãos daquele excêntrico velhinho... Imagino-a também, muitos anos mais tarde, quando a Igreja já move os primeiros passos, a contar este episódio a um jovem médico - chamado Lucas - que coloca por escrito a história de Jesus. Passaram muitos anos desde aquele encontro no templo, mas a memória de Maria vê sempre mais claramente os eventos do passado. Recorda bem o Cântico de Simeão e repete-o a Lucas, palavra por palavra, para que ele o escreva no seu Evangelho: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo».

Dois milénios passaram. As palavras de Simeão foram traduzidas em todas as línguas. São proclamadas nas nossas igrejas e repetidas antes de adormecer por cristãos em tudo o mundo. São poucas linhas, mas a mensagem que contêm é clara: a vida e a morte não nos podem assustar. O encontro com Deus vence todos os medos, todos os receios. Não temam! Jesus Cristo é “Emanuel”, o “Deus-connosco”.

P. Carlos Caetano

in LusoJornal 29.01.2014


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