quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano A)

Leitura do Livro de Isaías
(Is 8,23b-9,3)
Assim como no tempo passado foi humilhada a terra de Zabulão e de Neftali, também no futuro será coberto de glória o caminho do mar, o Além do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz se levantou. Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença, como os que se alegram no tempo da colheita, como exultam os que repartem despojos. Vós quebrastes, como no dia de Madiã, o jugo que pesava sobre o povo, o madeiro que ele tinha sobre os ombros
e o bastão do opressor.


SALMO REPONSORIAL – Salmo 26 (27)
Refrão: O Senhor é minha luz e salvação.

O Senhor é minha lua e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem confiança e confia no Senhor.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
(1 Cor 1,10-13.17)
Irmãos: Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma linguagem e que não haja divisões entre vós, permanecendo bem unidos, no mesmo pensar e no mesmo agir. Eu soube, meus irmãos, pela gente de Cloé, que há divisões entre vós, que há entre vós quem diga: «Eu sou de Paulo», «eu de Apolo», «eu de Pedro», «eu de Cristo». Estará Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Foi em nome de Paulo que recebeste o Baptismo? Na verdade, Cristo não me enviou para baptizar, mas para anunciar o Evangelho; não, porém, com sabedoria de palavras, a fim de não desvirtuar a cruz de Cristo.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 4,12-23)
Quando Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso, retirou-se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à beira-mar, no território de Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer: «Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do mar, além do Jordão, Galileia dos Gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou». Desde então, Jesus começou a pregar: «Arrependei-vos, porque o reino de Deus está próximo». Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O. Depois começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.


BOA NOTÍCIA
Contigo encontrei outro mar
Depois de uma longa introdução que nos ocupou durante o Advento, Natal e as duas primeiras semanas do tempo comum, o evangelista Mateus encerra a narração da preparação de Jesus para a missão e abre finalmente os capítulos do anúncio do Reino. No próximo domingo dia 22, o Evangelho descreve-nos o momento em que Jesus chama os seus primeiros discípulos: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O.

Que não hajam ilusões: este Evangelho não “fala” apenas a (e de) alguns cristãos. Enganam-se se acreditam que a mensagem deste domingo seja apenas para padres, freiras e consagrados. Todos somos convidados a ser discípulos! Todos somos reunidos neste convite comum e pessoal: «Segue-me!».

É verdade que existem vocações diferentes e várias maneiras de viver a fé cristã, mas “seguir Jesus” e testemunhar/anunciar o Evangelho devem ser prioridades na vida de qualquer baptizado. Casados ou solteiros, idosos ou jovens, saudáveis ou doentes, cada um de nós é chamado, na própria condição de vida, a ser discípulo e pescador de “humanidade”, capaz de suscitar nos outros o santo desassossego de querer seguir Jesus também.

A todos nós Jesus pede “conversão” e esse conceito não muda, quer sejamos padres ou leigos. Implica despir-se do egoísmo que impede de estar atento às necessidades dos irmãos; implica a renúncia ao comodismo, que impede o compromisso com os valores do Evangelho; implica o sair do isolamento e da auto-suficiência, para estabelecer relações e para fazer da vida um dom e um serviço aos outros.

P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2017.01.18



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