(Mal 4,1-2)
Há-de vir o dia do Senhor,
ardente como uma fornalha; e serão como a palha todos os soberbos e
malfeitores. O dia que há-de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo – e não
lhes deixará raiz nem ramos. Mas para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol
de justiça, trazendo nos seus raios a salvação.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 97 (98)
Refrão : O Senhor virá
governar com justiça.
Cantai ao Senhor ao som da
cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.
Ressoe o mar e tudo o que ele
encerra,
a terra inteira e tudo o que
nela habita;
aplaudam os rios
e as montanhas exultem de
alegria.
Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra;
julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
(2Tes 3, 7-12)
Irmãos: Vós sabeis como deveis
imitar-nos, pois não vivemos entre vós desordenadamente, nem comemos de graça o
pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos
pesados a nenhum de vós. Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos
ser para vós exemplo a imitar. Quando ainda estávamos convosco, já vos dávamos
esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer. Ouvimos dizer que
alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem trabalho algum, mas ocupados em
futilidades. A esses ordenamos e recomendamos, em nome do Senhor Jesus Cristo,
que trabalhem tranquilamente, para ganharem o pão que comem.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 21,5-19)
Naquele tempo, comentavam
alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus
disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra
sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-lhe: «Mestre, quando
sucederá isso? Que sinal haverá de que está para acontecer?» Jesus respondeu:
«Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão:
“sou eu”; e ainda: “O tempo está próximo”. Não os sigais. Quando ouvirdes falar
de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam
primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo e
reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e
epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu. Mas antes de
tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às
sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por
causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em
vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e
sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a
morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum
cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas
almas.
BOA NOTÍCIA
Nem um cabelo se perderá
O Evangelho do próximo domingo, dia 17, faz parte
dos famosos discursos sobre o “fim do tempos” que encontramos normalmente nas
últimas celebrações do ano litúrgico (de facto, está à porta o novo ciclo de
leituras - ano A -, que começará no dia 1 de Dezembro, com o primeiro domingo
do tempo do Advento). Já aqui vos falei do género literário apocalíptico e de
como estes textos, apesar das imagens espectaculares e aterradoras que
utilizam, normalmente procuram veicular uma mensagem de esperança. O Evangelho
do próximo domingo insere-se plenamente nesse filão: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes
terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias (…) deitar-vos-ão as mãos
e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, (…) por causa
do meu nome». Esta página do Novo Testamento é um convite a não perder
nunca a coragem e a esperança, mesmo nos momentos mais difíceis da nossa vida,
porque «nenhum cabelo da vossa cabeça se
perderá».
Porém, apesar do género literário utilizado, o
discurso de Jesus não pode ser considerado puramente metafórico ou simbólico.
As perseguições foram (e são...) uma realidade terrível. Para muitos de nós, as
palavras de Jesus provavelmente soam distantes da nossa realidade, mas não nos
esqueçamos que, infelizmente, neste preciso momento, vários nossos irmãos e
irmãs vivem a assustadora realidade que Ele descreve. Sofrem entre «guerras e
revoltas», «fomes e epidemias» e são «perseguidos e entregues às prisões».
Rezemos por todos eles. Para que a paz volte às suas terras e para que, fiéis à
própria fé, consigam testemunhar o amor e perdoar aqueles que os perseguem.
P. Carlos Caetano
in LusoJornal 2019.11.15
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