sábado, 25 de maio de 2024

DOMINGO DE PENTECOSTES – ANO B

Leitura dos Actos dos Apóstolos
(Actos 2, 1-11)
Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem. Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua. Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar? Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».
 
 
SALMO RESPONSORIAL - Salmo 103 (104), 1ab e 24ac.29bc-30.31.34
Refrão: Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a face da terra.
 
Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor, meu Deus, como sois grande!
Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
A terra está cheia das vossas criaturas.
 
Se lhes tirais o alento, morrem
e voltam ao pó donde vieram.
Se mandais o vosso espírito, retomam a vida
e renovais a face da terra.
 
Glória a Deus para sempre!
Rejubile o Senhor nas suas obras.
Grato Lhe seja o meu canto
e eu terei alegria no Senhor.
 
 
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
(Cor 12, 3b-7.12-13)
Irmãos: Ninguém pode dizer «Jesus é o Senhor» a não ser pela acção do Espírito Santo. De facto, há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum. Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim também sucede com Cristo. Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos baptizados num só Espírito, para constituirmos um só Corpo. E a todos nos foi dado a beber um único Espírito.
 
 
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 20,19-23)
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».
 
 
BOA NOTÍCIA
União na diversidade
Entre o evento de Pentecostes (ocorrido cinquenta dias após a Páscoa) e a história da torre de Babel (contada no livro de Génesis) há uma estreita relação. O episódio de Babel descreve como Deus criou as várias línguas e dispersou os homens pelos continentes da Terra. É a maneira escolhida pela Bíblia para explicar as dificuldades que os povos têm em entender-se, devido às diferentes línguas e tradições. À luz da revelação de Cristo, este episódio propõe-nos uma bonita catequese sobre a diversidade: se Deus interveio (criando as várias línguas) foi para ajudar a Humanidade a superar a tentação da uniformidade. Como se Ele nos dissesse: «Meus filhos, procurais a estrada da união e isso é bom. Mas não vos enganeis: a união não está na uniformidade. A verdadeira união de Amor pede e respeita a diversidade».
 
O evento de Pentecostes (que celebraremos no próximo domingo) completa esta catequese. A primeira leitura da Missa, escolhida do livro dos Actos dos Apóstolos, descreve desta forma o anúncio da Boa Nova após a chegada do Espírito Santo: «a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia [os discípulos] falar na sua própria língua. Atónitos e maravilhados, diziam: “Não são todos galileus os que estão a falar? Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua?”».
 
Na torre de Babel a humanidade descobriu a sua própria variedade; no dia de Pentecostes ela aprendeu o caminho da união na diversidade. E dali em diante, os povos «de todas as nações que há debaixo do céu» ouviram proclamar nas várias línguas do mundo, «as maravilhas do Senhor».
 
P. Carlos Caetano



 

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