quarta-feira, 15 de outubro de 2014

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano A)

Leitura do Livro de Isaías
(Is 45,1.4-6)
Assim fala o Senhor a Ciro, seu ungido, a quem tomou pela mão direita, para subjugar diante dele as nações e fazer cair as armas da cintura dos reis, para abrir as portas à sua frente, sem que nenhuma lhe seja fechada: «Por causa de Jacob, meu servo, e de Israel, meu eleito, Eu te chamei pelo teu nome e te dei um título glorioso, quando ainda não Me conhecias. Eu sou o Senhor e não há outro; fora de Mim não há Deus. Eu te cingi, quando ainda não Me conhecias, para que se saiba, do Oriente ao Ocidente, que fora de Mim não há outro. Eu sou o Senhor e mais ninguém».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 95 (96)
Refrão: Aclamai a glória e o poder do Senhor.

Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
Publicai entre as nações a sua glória
em todos os povos as suas maravilhas.

O Senhor é grande e digno de louvor,
mais temível que todos os deuses.
Os deuses dos gentios não passam de ídolos,
foi o Senhor quem fez os céus.

Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder.
Dai ao Senhor a glória do seu nome,
levai-Lhe oferendas e entrai nos seus átrios.

Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
trema diante d’Ele a terra inteira.
Dizei entre as nações: «O Senhor é rei»,
governa os povos com equidade.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
(1 Tes 1,1-5b)
Paulo, Silvano e Timóteo à Igreja dos Tessalonicenses, que está em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo: A graça e a paz estejam convosco. Damos continuamente graças a Deus por todos vós, ao fazermos menção de vós nas nossas orações. Recordamos a actividade da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo, na presença de Deus, nosso Pai. Nós sabemos, irmãos amados por Deus, como fostes escolhidos. O nosso Evangelho não vos foi pregado somente com palavras, mas também com obras poderosas, com a acção do Espírito Santo.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 22,15-21)
Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse. Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem Te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes acepção de pessoas. Diz-nos o teu parecer: É lícito ou não pagar tributo a César?». Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu: «Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo». Eles apresentaram-Lhe um denário, e Jesus perguntou:«De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César». Disse-lhes Jesus: «Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».


BOA NOTÍCIA
Fé e política
No próximo domingo, dia 19, encontramos o controverso problema da relação entre a fé e a política, pois somos convidados a meditar a extraordinária afirmação de Cristo: «Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».

Quem diria? Jesus de Nazaré foi a primeira pessoa, na história da humanidade, a defender a autonomia das realidades mundanas! É graças a Ele que aprendemos o quanto é inútil apelar-se à Sagrada Escritura para impor um programa de governo, um modelo económico, ou uma teoria científica… E palavras como “revelação” ou “vontade divina” não podem ser usadas como armas quando não conseguimos fazer valer as nossas ideias. Deus trata-nos como adultos! E confia que temos inteligência para gerir a Sua maravilhosa Criação, sem que Ele tenha de intervir a cada momento e pronunciar-se sobre todos os argumentos.

Mas isto não significa que os cristãos possam refugiar-se numa fé “desincarnada” e alienar-se do diálogo que constrói a sociedade civil. É preciso tomar posições e denunciar erros e injustiças. O mundo precisa que coloquemos as nossas capacidades e preparação ao serviço da humanidade e que, através do diálogo inteligente, consigamos iluminar as realidades terrenas com a luz do Evangelho.

O mundo pensa que o centro da economia é o lucro, mas nós acreditamos que ao centro deve estar o homem. A ciência diz que tudo o que é possível é lícito, mas nós acreditamos no respeito pela vida humana. A política ensina que se pode impor a razão com o uso da força, mas nós acreditamos que só através do diálogo e do exemplo se possa transformar o mundo.

P. Carlos Caetano
in LusoJornal 15.10.2014


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