quarta-feira, 29 de outubro de 2014

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS - 2 de Novembro

No próximo domingo, dia 2 de Novembro, celebraremos a liturgia da Comemoração dos Fiéis Defuntos. As leituras deverão ser escolhidas entre as várias do Leccionário das Missas de defuntos (cf. Leccionário VIII, p. 1069-1131) todavia, na página oficial do Secretariado Nacional de Liturgia encontramos já três sugestões:


Como já é habitual, proponho-vos também um pequeno comentário que espero vos ajudará a viver na fé e na esperança este próximo dia de finados.


«Confia no Senhor!» (salmo 27)
O mistério da morte é pouco mais que teórico para quem, na flor da idade e no auge das forças, sente esta realidade como uma eventualidade remota e distante no tempo. Porém, para todos aqueles que já perderam alguém que amavam, este mistério é concreto e doloroso. No entanto, o Dia de Fiéis Defuntos (ou de finados) não é uma dia de mera tristeza. A Igreja coloca esta comemoração no dia seguinte à solenidade de Todos os Santos, para indicar a continuidade e a chave de leitura desta celebração.

A fé, a esperança e a caridade dos santos ajudam-nos a compreender o mistério da morte e recordam-nos a Boa Notícia que nos foi revelada em Jesus: todos os membros do Seu corpo crucificado e ressuscitado, passarão com Ele à vida nova e «não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor» (Ap 21,4).

Mas a vida eterna não é uma espécie de liquidação que acumulamos com os nossos méritos e que gozaremos no final dos nossos dias. Jesus disse-nos: «quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna» (Jo 6,54). “Tem”: verbo “ter” no presente do indicativo. A eternidade começa aqui e agora! Foi esta certeza que transformou a vida dos santos e que nos convida hoje a testemunhar uma fé “viva”!

“Acreditar” significa aderir à nova vida que Jesus nos propõe, viver como Ele na escuta constante dos projectos do Pai, segui-l’O no caminho do amor, do dom da vida, da entrega aos irmãos.

“Acreditar” dá-nos um olhar diferente sobre o mundo, a história e o tempo. Apesar de ainda estarmos ligados aos limites da nossa mortalidade, graças à nossa fé, conseguimos colher o que em nós há de eterno e infinito.

“Acreditar” transforma o nosso luto, pois apesar da tristeza e da saudade, confiamos inteiramente nas palavras de Jesus: «Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar, e quando eu me for e vos tiver preparado um lugar, virei novamente e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também» (Jo 14,1-3).

P. Carlos Caetano


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1 comentário:

Rui Pedro disse...

Carlos,
neste dia atemporal e silenciosamente desafiante celebremos a memória grata daqueles Mestres de Vida que ousaram "colher o que em nós há de eterno e infinito" e que hoje descansam em paz, em Deus.
Imitemos o exemplo de vida, meditemos como abraçaram a morte e aprendemos com eles - Defuntos Fiéis - a ultrapassar as adversidades e tribulações que nos afastam do Céu.
Canta e caminha!

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