No próximo
domingo, dia 2 de Novembro, celebraremos a liturgia da Comemoração dos Fiéis
Defuntos. As leituras deverão ser escolhidas entre as várias do Leccionário das
Missas de defuntos (cf. Leccionário VIII, p. 1069-1131) todavia, na página
oficial do Secretariado Nacional de Liturgia encontramos já três sugestões:
Como já é
habitual, proponho-vos também um pequeno comentário que espero vos ajudará a
viver na fé e na esperança este próximo dia de finados.
«Confia no Senhor!» (salmo 27)
O mistério da
morte é pouco mais que teórico para quem, na flor da idade e no auge das
forças, sente esta realidade como uma eventualidade remota e distante no tempo.
Porém, para todos aqueles que já perderam alguém que amavam, este mistério é
concreto e doloroso. No entanto, o Dia de Fiéis Defuntos (ou de finados) não é uma
dia de mera tristeza. A Igreja coloca esta comemoração no dia seguinte à solenidade
de Todos os Santos, para indicar a continuidade e a chave de leitura desta
celebração.
A fé, a esperança
e a caridade dos santos ajudam-nos a compreender o mistério da morte e recordam-nos
a Boa Notícia que nos foi revelada em Jesus: todos os membros do Seu corpo
crucificado e ressuscitado, passarão com Ele à vida nova e «não haverá mais
morte, nem luto, nem pranto, nem dor» (Ap 21,4).
Mas a vida
eterna não é uma espécie de liquidação que acumulamos com os nossos méritos e
que gozaremos no final dos nossos dias. Jesus disse-nos: «quem come a minha
carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna» (Jo 6,54). “Tem”: verbo “ter” no
presente do indicativo. A eternidade começa aqui e agora! Foi esta certeza que
transformou a vida dos santos e que nos convida hoje a testemunhar uma fé “viva”!
“Acreditar”
significa aderir à nova vida que Jesus nos propõe, viver como Ele na escuta
constante dos projectos do Pai, segui-l’O no caminho do amor, do dom da vida,
da entrega aos irmãos.
“Acreditar”
dá-nos um olhar diferente sobre o mundo, a história e o tempo. Apesar de ainda
estarmos ligados aos limites da nossa mortalidade, graças à nossa fé,
conseguimos colher o que em nós há de eterno e infinito.
“Acreditar” transforma
o nosso luto, pois apesar da tristeza e da saudade, confiamos inteiramente nas
palavras de Jesus: «Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede
também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos
teria dito, pois vou preparar-vos um lugar, e quando eu me for e vos tiver
preparado um lugar, virei novamente e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu
estiver, estejais vós também» (Jo 14,1-3).
P. Carlos
Caetano
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1 comentário:
Carlos,
neste dia atemporal e silenciosamente desafiante celebremos a memória grata daqueles Mestres de Vida que ousaram "colher o que em nós há de eterno e infinito" e que hoje descansam em paz, em Deus.
Imitemos o exemplo de vida, meditemos como abraçaram a morte e aprendemos com eles - Defuntos Fiéis - a ultrapassar as adversidades e tribulações que nos afastam do Céu.
Canta e caminha!
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