sábado, 16 de maio de 2009

6º DOMINGO DA PÁSCOA (ano B)



Leitura dos Actos dos Apóstolos
(Act 10,25-26.34-35.44-48)
Naqueles dias, Pedro chegou a casa de Cornélio. Este veio-lhe ao incontro e prostrou-se a seus pés. Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou um simples homem». Pedro disse-lhe ainda: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável». Ainda Pedro falava, quando o Espírito desceu sobre todos os que estavam a ouvir a palavra. E todos os fiéis convertidos do judaísmo, que tinham vindo com Pedro, ficaram maravilhados ao verem que o Espírito Santo se difundia também sobre os gentios, pois ouviam-nos falar em diversas línguas e glorificar a Deus. Pedro então declarou: «Poderá alguém recusar a água do Baptismo aos que receberam o Espírito Santo, como nós?» E ordenou que fossem baptizados em nome de Jesus Cristo. Então, pediram-lhe que ficasse alguns dias com eles.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 97 (98)

Refrão : O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.

Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.


Leitura da Primeira Epístola de São João
(1 Jo 4,7-10)
Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 15,9-17)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, Assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».



ÁGAPE
Pesquisar o termo “amor” na internet produz cerca de 190.000.000 resultados diferentes. Páginas e páginas de definições, textos, imagens, poesias, etc., tão diferentes entre elas que nos ajudam a compreender os mil usos (e abusos) que fazemos desta palavra hoje em dia.

Uma das páginas que encontrei propunha as respostas de um questionário dado a alunos do primeiro ciclo. Uma das perguntas era a seguinte: Porque é que as pessoas se apaixonam? («Why do people fall in love?». O questionário foi feito em inglês; a tradução é minha)

O André, de apenas 6 aninhos, respondeu que: «um menino, por exemplo, tem sardas e por isso, vai à procura de uma menina que tenha sardas também».

A Maria, que já tem 9 anos, disse que: «ninguém sabe explicar muito bem como tudo começa, mas parece que tem alguma coisa a haver com o cheiro das pessoas. É por isso que perfumes e desodorizantes se vendem tão bem».

O Manuel (8 anos) acha que: «é preciso ser atingidos por uma flecha, ou algo de parecido. Mas o resto já não deve doer tanto».

Quando crescemos as coisas não se tornam mais fáceis e o amor continua a ser, para todos nós, um grande mistério.

O grego antigo (a língua em que foi escrito o Evangelho de S. João) possui quatro palavras diferentes que podem ser traduzidas com o termo “amor”.

“Éros” (ερως) designa o amor passional, carregado de desejo sensual e atracção física.
“Phília” (φιλία), significa amizade ou o amor entre amigos e familiares.
“Stórghe” (στοργή), uma palavra utilizada ainda hoje no grego moderno: refere-se principalmente ao afecto natural que se gera, por exemplo, entre os pais e os filhos.

No evangelho deste Domingo, quando encontramos a palavra “amor” estamos a traduzir a seguinte palavra grega: “ágape” (αγάπη).

«É este o meu mandamento: que vos AMEIS uns aos outros, como Eu vos AMEI».

Ágape é um amor diferente, muito especial e que caracteriza a revelação que Jesus Cristo fez de Seu Pai. Ágape é o amor de dilecção, oblativo, gratuito. Um amor que não procura o próprio interesse mas sim o bem do outro. Um amor que não se preocupa em receber, mas que vive para dar. Ágape é o amor que perdura, mesmo quando não obtém resposta; que subsiste ainda que seja ferido ou magoado.

Este é o amor que Jesus testemunhou com a Sua vida. É o amor que somos convidados a viver. O mandamento deste Domingo pode parecer simples, mas não é fácil. É um desafio! É algo que nunca conquistamos por completo, mas que devemos continuar a perseguir sempre, pois apenas este caminho pode levar-nos à alegria e alegria completa!

(Tenham uma boa semana!)



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